Exame Logo

Cármen Lúcia rebate Renan: "não vejo retaliação"

Cármen Lúcia afirmou também que a atual conjuntura política brasileira representa um "teste para a dinâmica das instituições democráticas"

STF: "se as instituições estivessem mais fracas, nem nós - Poder Judiciário como um todo - teríamos capacidade de produzir jurisprudência, e fomos capazes", comentou a ministra (Ueslei Marcelino)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 14h35.

Última atualização em 16 de dezembro de 2016 às 17h45.

Brasília - Um dia depois de o ministro Marco Aurélio Mello afastar o senador Renan Calheiros da Presidência do Senado, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, disse nesta terça-feira, 6, que não vê um ambiente de "retaliação" entre os Poderes e deixou em aberto a possibilidade de o plenário do STF julgar nesta quarta-feira, 7, a liminar do ministro.

Cármen Lúcia afirmou também que a atual conjuntura política brasileira - com o impeachment de Dilma Rousseff, a queda de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o afastamento de Renan - representa um "teste para a dinâmica das instituições democráticas".

Veja também

"Não vejo retaliação entre os Poderes. Há julgamentos agora no curso deste ano sobre autoridades públicas, mas os Poderes atuam de maneira harmônica. Todo mundo respeita a competência do outro", disse Cármen.

"Se as instituições estivessem mais fracas, nem nós - Poder Judiciário como um todo - teríamos capacidade de produzir jurisprudência, e fomos capazes", comentou a ministra.

Questionada sobre as mudanças nas presidências da República (impeachment de Dilma), da Câmara dos Deputados (afastamento e cassação de Eduardo Cunha) e do Senado Federal (afastamento de Renan) no segundo semestre deste ano, Cármen avaliou que o Brasil passa por um "teste".

"Vejo um teste, quase um desafio, especialmente para nós que estamos nos cargos de responsabilidade, para que o Brasil - num momento de crise financeira, crise fiscal, crise ética, em uma tentativa de dar resposta as crises éticas -, para que a gente continue mantendo a rota", destacou a ministra.

"Eu vejo um teste para a dinâmica das instituições democráticas, mas não vejo uma fragilidade", ressaltou Cármen, que lembrou que o Brasil vive um ano de muitas dificuldades, como o desemprego.

Questionada se o País seria aprovado no teste das instituições, Cármen respondeu: "Não temos a chance (de ser reprovados). Eu acho que passaremos, sim (no teste de fortalecimento das instituições)".

Liminar

A ministra disse que ainda não conversou com Marco Aurélio sobre a decisão liminar de afastamento de Renan, mas indicou que, se o processo for liberado pelo relator, a liminar poderá ser levada ao plenário nesta Quarta-feira.

Outra possibilidade de analisar o caso seria se o ministro Dias Toffoli liberasse a ação da Rede Sustentabilidade para julgamento do mérito no Pleno - ele pediu vista durante o julgamento da ação em que o STF definirá se réus podem estar na linha sucessória do presidente da República. "Tudo que for urgente pro Brasil eu pauto com urgência", afirmou Cármen.

Acompanhe tudo sobre:Cármen LúciaRenan CalheirosSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame