Carlos diz que Bebianno mentiu e publica áudio de conversa com Bolsonaro
Ministro, suspeito de liberar R$ 400 mil de verba pública para candidata laranja do PSL, disse que conversou com Bolsonaro sobre o caso
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 14h58.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2019 às 11h08.
O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente Jair Bolsonaro , escreveu no Twitter que o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, mentiu ao afirmar que teria conversado três vezes com o presidente na terça-feira (12).
Em entrevista ao jornal O Globo, na noite de ontem, Bebianno negou ser motivo de instabilidade no governo após a repercussão de uma publicação da Folha de S.Paulo, do último domingo (10), sobre uma candidata laranja do PSL no Pernambuco durante as eleições. Na época, Bebianno era o presidente da sigla.
"Falei três vezes com o presidente", disse Bebianno ao jornal O Globo.
No Twitter, Carlos, que diz ter estado 24 horas ao lado de Bolsonaro, desmentiu o ministro: "É uma mentira absoluta de Gustavo Bebbiano que ontem teria falado 3 vezes com Jair Bolsonaro para tratar do assunto citado."
Logo em seguida, o vereador publicou um áudio sobre o conteúdo da conversa entre Bebianno e Bolsonaro.
No áudio, de 13 segundos, o presidente Bolsonaro afirma que "está complicado conversar ainda".
"Gustavo tá complicado conversar ainda, não vou falar, não vou falar com ninguém a não ser o estritamente essencial. Estou na fase final dos exames para uma possível baixa hoje. Tá ok? Boa sorte, aí", diz o presidente.
O vereador acrescentou no áudio a data 12/03/2019. Depois, em um novo tuíte fez a correção para 12/02/2019.
Candidata laranja
De acordo com a publicação do jornal Folha de S.Paulo, Bebianno teria sido responsável pela liberação R$ 400 mil de verba pública para a campanha de uma ex-assessora, que repassou parte do dinheiro par uma gráfica registrada em endereço de fachada.
Maria de Lourdes Paixão, 68, que oficialmente concorreu a deputada federal e teve apenas 274 votos, foi a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o país, mais do que o próprio presidente Bolsonaro e a deputada Joice Hasselmann (SP), essa com 1,079 milhão de votos.
A gráfica teria sido a mesma usada pela candidata Maria de Lourdes Paixão, que diz ter repassado R$ 380 mil à empresa.
A reportagem da Folha visitou primeiramente um endereço que consta na nota fiscal da gráfica e encontrou apenas uma oficina de carros, que funciona há quase um ano no local.
Na segunda-feira (11), a empresa, no endereço constante na Receita Federal, amanheceu de porta aberta.Numa sala pequena com duas mesas, não havia máquinas para impressão em larga escala, segundo o jornal.