Carlos Bolsonaro, vereador pelo PSC-RJ e filho do presidente da República (Caio César/CMRJ/Agência Brasil)
Naiara Albuquerque
Publicado em 10 de setembro de 2019 às 06h39.
Última atualização em 10 de setembro de 2019 às 19h53.
O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) disse, nesta segunda-feira, (9), que por vias democráticas não haverá as mudanças desejadas no país "na velocidade que almejamos". A postagem foi feita no Twitter do filho do presidente Jair Bolsonaro e foi duramente criticada por internautas e ativistas.
"Por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos... e se isso acontecer. Só vejo todo dia a roda girando em torno do próprio eixo e os que sempre nos dominaram continuam nos dominando de jeitos diferentes!"
Após a repercussão, o vereador voltou ao Twitter nesta terça-feira, 10, para tentar explicar sua declaração.
“O que falei: por vias democráticas as coisas não mudam rapidamente. É um fato. Uma justificativa aos que cobram mudanças urgentes. O que jornalistas espalham: Carlos Bolsonaro defende ditadura. CANALHAS!”, escreveu nesta terça.
O que falei: por vias democráticas as coisas não mudam rapidamente. É um fato. Uma justificativa aos que cobram mudanças urgentes.
O que jornalistas espalham: Carlos Bolsonaro defende ditadura.
CANALHAS!
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) September 10, 2019
Essa não é a primeira vez que a família Bolsonaro tece declarações do tipo. No ano passado, durante as eleições, Carlos se envolveu em diversas polêmicas, já que cuidava das estratégias das redes sociais do pai.
No Twitter, entidades e políticos se posicionaram contra a declaração do vereador. "Figuras autoritárias insistem em transformações que não sejam pelas vias democráticas", escreveu o PSDB em rede social.
#PSDB pic.twitter.com/2zWYW3Z6rV
— PSDB 🇧🇷 (@PSDBoficial) September 10, 2019
Sâmia Bonfim, do PSOL, chamou a declaração de Carlos de discurso "golpista e autoritário".
Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, declarou publicamente sua descrença nas vias democráticas para a "transformação que o Brasil quer". É um discurso golpista e autoritário. É um inequívoco ataque à democracia. É um grito por ditadura? Urge unidade democrática.
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) September 10, 2019
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Felipe Cruz, presidente nacional da OAB disse que "Não há como aceitar uma família de ditadores".