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Cardozo evita falar sobre CPI da Petrobras

O governo tenta ampliar o foco e impor uma CPI que inclua apurações sobre cartel no setor metroviário de São Paulo e o Porto de Suape, em Pernambuco


	José Eduardo Cardozo: "Eu me abstenho de fazer qualquer comentário em decisões que estão para ser dadas pelo Supremo ou que já foram dadas"
 (Valter Campanato/ABr)

José Eduardo Cardozo: "Eu me abstenho de fazer qualquer comentário em decisões que estão para ser dadas pelo Supremo ou que já foram dadas" (Valter Campanato/ABr)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2014 às 17h18.

São Paulo - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, evitou nesta quarta-feira comentar a possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) exclusiva da Petrobras.

"Eu me abstenho de fazer qualquer comentário em decisões que estão para ser dadas pelo Supremo ou que já foram dadas", disse, após participar da Conferência Multissetorial Global sobre o Futuro da Governança da Internet (NetMundial), na capital paulista.

O governo tenta ampliar o foco e impor uma CPI que inclua apurações sobre cartel no setor metroviário de São Paulo e o Porto de Suape, em Pernambuco - numa tentativa de atingir o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos, ambos pré-candidatos à Presidência.

O caso foi levado ao Supremo pela oposição pedindo a instalação imediata da investigação. Aguarda-se a decisão da ministra Rosa Weber, que pode ocorrer ainda hoje.

Ela deve anunciar a decisão em caráter liminar. Há ainda a possibilidade de que ela remeta o tema a plenário do STF. Com o processo há duas semanas, Rosa já pediu e obteve as justificativas do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de sua decisão de instalar a CPI ampliada.

Segundo Cardozo, ele tem o dever de "preservar a separação dos poderes". "Portanto, a decisão do Supremo Tribunal Federal no caso será aquela que obviamente terá que ser dada a luz da Constituição. Independente do que eu possa achar ou não achar", disse.

O ministro da Justiça esquivou-se também de comentar possíveis danos políticos ao governo em uma eventual instalação da CPI. "Politicamente eu também não comento questões do âmbito interno do Poder Legislativo", afirmou.

Para Cardozo, a postura da oposição "é natural". "É obvio que talvez eles não tenham interesse em investigar outras questões, que apareceram em outros Estados, Estados que muitas vezes são governados por partidos que estão na oposição", disse. 

Questionado se estava se referindo a São Paulo (governado pelo tucano Geraldo Alckmin), Cardozo disse que estava falando de forma "geral".

O ministro, contudo, fez críticas indiretas aos opositores e disse que "às vezes é muito fácil você tentar desviar o foco de certas situações, barrando a CPI do ponto de vista local e querendo politizar uma situação que não deveria ser politizada". Cardozo afirmou ainda que defende uma apuração extensa em todos os casos suspeitos.

"Eu pessoalmente acho que o Legislativo deve seguir o seu caminho investigando tudo aquilo que eventualmente esteja sob suspeição e que deva ser investigado."

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