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Cardozo alerta para teses absurdas sobre delações

O ministro da Justiça alertou para o que classificou de "leitura enviesada" das delações premiadas da Operação Lava Jato


	José Eduardo Cardozo: "o que temos visto é que com base nesses depoimentos estão surgindo teses absolutamente inverossímeis e absurdas a partir de coisas sequer ditas pelos delatores"
 (Valter Campanato)

José Eduardo Cardozo: "o que temos visto é que com base nesses depoimentos estão surgindo teses absolutamente inverossímeis e absurdas a partir de coisas sequer ditas pelos delatores" (Valter Campanato)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 10h51.

São Paulo - O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) alertou nesta quinta feira, 04, para o que classificou de "leitura enviesada" das delações premiadas da Operação Lava Jato.

"Querem construir ilações que, evidentemente, não decorrem desses depoimentos", declarou Cardozo, referindo-se às delações dos executivos Júlio Camargo e Augusto Mendonça - ambos da Toyo Setal, empreiteira citada no cartel que se instalou na Petrobras.

O que inquieta especialmente o ministro da Justiça é um trecho do relato de Júlio Camargo em que ele afirma que parte da propina do esquema na estatal petrolífera era repassada em forma de doação oficial ao PT.

"As delações permitem uma pauta de investigação, para verificar se aquilo que eles (delatores) falam é fato ou não, mas o que temos visto é que com base nesses depoimentos estão surgindo teses absolutamente inverossímeis e absurdas a partir de coisas sequer ditas pelos delatores", adverte o ministro.

Cardozo é enfático. "De onde se tira que teve dinheiro para a campanha da presidente Dilma? É uma tese sem amparo nenhum nas delações. Não teve dinheiro para campanha da Dilma. De onde se tira a ideia de que a doação chegou próxima do Planalto?"

O ministro pondera, ainda. "Por motivações políticas alguns querem fazer leitura enviesada dos depoimentos (dos delatores). Não estão satisfeitos com o resultado eleitoral e querem fazer disso um revanchismo. Querem ganhar no tapetão o que perderam nas urnas, por razões de frustração eleitoral."

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