Jorge Viana: ele disse que candidatura de Marina estabelece disputa direta com Aécio (Moreira Mariz/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2014 às 17h26.
Brasília - O senador petista Jorge Viana (AC), amigo pessoal há mais de duas décadas da ex-ministra Marina Silva, admitiu nesta quinta-feira que a entrada dela na disputa presidencial cria uma situação "absolutamente nova" e é motivo de apreensão para a candidatura à reeleição de Dilma Rousseff.
"Eu diria que a entrada dela, no mínimo, acende a luz vermelha no PSDB e a luz amarela no PT", disse.
Primeiro-vice presidente do Senado, Viana disse que a candidatura de Marina estabelece uma disputa direta com o candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, e ainda deixa mais clara a possibilidade de realização de um segundo turno na corrida ao Palácio do Planalto.
Para ele, é "óbvio" que seria melhor disputar um segundo turno contra Aécio Neves.
"Se pudéssemos escolher o adversário - quando isso é possível de acontecer na política é o melhor dos cenários -, nosso adversário que escolheríamos seria o PSDB. Poderíamos comparar facilmente os oito anos do governo do PSDB com os anos do governo do PT, que trouxeram muito mais conquistas para o povo brasileiro", frisou.
Viana disse que a entrada de Marina não acaba com a polarização entre petistas e tucanos na corrida eleitoral, porque, na sua avaliação, ela está dividida entre o governo e as candidaturas de oposição, como é o caso dela.
Mas reconhece que a ex-ministra "embaralha" a disputa, uma vez que ela fez parte do governo do PT - foi ministra de Meio Ambiente do governo Lula - e traz ainda "novidades" nos temas que defende em sua prática política.
O senador petista afirmou que a intenção de voto da candidata, registrada na pesquisa Datafolha divulgada na segunda-feira, não tenha sido motivada apenas pela "comoção" com a morte do presidenciável Eduardo Campos, vítima de um acidente aéreo na semana passada.
Na sondagem, Marina ficou em empate técnico com Aécio no primeiro turno e com Dilma, no segundo. Ele argumentou que, nas eleições presidenciais de 2010, ela já tinha alcançado cerca de 20 milhões de votos no primeiro turno.
"Eu não tenho nenhuma dúvida que é motivo de muita preocupação do PSDB e atenção de nós também", reafirmou Viana.
Ele disse que a campanha do PT vai defender o que foi feito nos 12 anos dos governos Lula e Dilma e que a entrada de Marina "qualifica" mais o debate presidencial.