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Canadá se nega a comentar acusações de espionagem

Governo canadense disse que suas relações com Brasília "são boas" e continuarão sendo

Cartaz de Edward Snowden: segundo denúncias do ex-agente da NSA, Canadá teria espionado Ministério de Minas e Energia do Brasil (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2013 às 22h48.

Toronto - O governo canadense se negou nesta segunda-feira a comentar as acusações de que os serviços secretos canadenses espionaram as atividades econômicas do Brasil e disse que suas relações com Brasília "são boas" e continuarão sendo.

Uma porta-voz do Centro da Segurança nas Telecomunicações do Canadá (CSE) se negou a comentar sobre as acusações.

A instituição, segundo as informações divulgadas nas últimas horas, espionou o Ministério de Minas e Energia brasileiro.

"A CSE não comenta atividades de coleta de inteligência no exterior", disse Lauri Sullivan, porta-voz de CSE à Agência Efe.

O Ministério das Relações Exteriores do Canadá também não respondeu as perguntas da Efe se estavam em contato com as autoridades de Brasília depois de a presidente, Dilma Rousseff, solicitar publicamente explicações ao Canadá.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Canadá, Jean-Bruno Villeneuve, se limitou a dizer que Ottawa "tem uma relação bilateral crescente com o Brasil" e destacou o aumento das relações comerciais.

Às perguntas da televisão pública canadense, "CBC", o secretário parlamentar do ministro das Relações Exteriores, deputado David Anderson, também se recusou a dizer que resposta oferecerá Ottawa a Dilma.

Durante seu discurso à "CBC", Anderson repetiu várias vezes que não tinha nenhum comentário a realizar sobre as alegações de espionagem e se limitou a dizer: "temos uma relação boa e vamos ter uma boa relação com o Brasil no futuro. É um grande parceiro comercial".


O embaixador do Canadá no Brasil se reuniria ainda nesta segunda-feira com autoridades brasileiras para responder as acusações, mas o Ministério das Relações Exteriores canadense não confirmou o encontro.

Informação divulgada ontem pela rede "Globo", baseada em documentos do ex-analista da CIA Edward Snowden, o Canadá teria espionado o Ministério de Minas e Energia. Operam no Brasil 55 empresas canadenses dedicadas à exploração, 45 de equipamento e 20 de serviços relacionados ao setor.

O setor minerador e energético é um dos mais importantes do Canadá, e nos últimos anos experimentou uma rápida expansão nos países latino-americanos.

Ultimamente, grupos de defesa dos direitos humanos criticaram tanto as atividades de companhias mineradoras em países como o Peru e Colômbia como a "proteção" que as autoridades canadenses oferecem às empresas.

Por exemplo, em maio deste ano, um relatório da organização canadense Mining Watch assinalou que a embaixada canadense no México proporcionou apoio "virtualmente incondicional" à empresa Blackfire, acusada de corrupção.

O relatório assinalou que documentos oficiais obtidos por Mining Watch revelam que o Canadá "seguiu defendendo a empresa" apesar das denúncias de corrupção e inclusive depois do assassinato de Mariano Abrange, um ativista contrário às atividades de Blackfire em Chiapas que foi assassinado em novembro de 2009.

Mining Watch e outras organizações como Rights Action ou Amazon Watch há anos vêm denunciando as atividades das empresas canadenses no exterior, e dizem que as embaixadas canadenses na América Latina atuam como representantes de seus interesses comerciais.

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Toronto - O governo canadense se negou nesta segunda-feira a comentar as acusações de que os serviços secretos canadenses espionaram as atividades econômicas do Brasil e disse que suas relações com Brasília "são boas" e continuarão sendo.

Uma porta-voz do Centro da Segurança nas Telecomunicações do Canadá (CSE) se negou a comentar sobre as acusações.

A instituição, segundo as informações divulgadas nas últimas horas, espionou o Ministério de Minas e Energia brasileiro.

"A CSE não comenta atividades de coleta de inteligência no exterior", disse Lauri Sullivan, porta-voz de CSE à Agência Efe.

O Ministério das Relações Exteriores do Canadá também não respondeu as perguntas da Efe se estavam em contato com as autoridades de Brasília depois de a presidente, Dilma Rousseff, solicitar publicamente explicações ao Canadá.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Canadá, Jean-Bruno Villeneuve, se limitou a dizer que Ottawa "tem uma relação bilateral crescente com o Brasil" e destacou o aumento das relações comerciais.

Às perguntas da televisão pública canadense, "CBC", o secretário parlamentar do ministro das Relações Exteriores, deputado David Anderson, também se recusou a dizer que resposta oferecerá Ottawa a Dilma.

Durante seu discurso à "CBC", Anderson repetiu várias vezes que não tinha nenhum comentário a realizar sobre as alegações de espionagem e se limitou a dizer: "temos uma relação boa e vamos ter uma boa relação com o Brasil no futuro. É um grande parceiro comercial".


O embaixador do Canadá no Brasil se reuniria ainda nesta segunda-feira com autoridades brasileiras para responder as acusações, mas o Ministério das Relações Exteriores canadense não confirmou o encontro.

Informação divulgada ontem pela rede "Globo", baseada em documentos do ex-analista da CIA Edward Snowden, o Canadá teria espionado o Ministério de Minas e Energia. Operam no Brasil 55 empresas canadenses dedicadas à exploração, 45 de equipamento e 20 de serviços relacionados ao setor.

O setor minerador e energético é um dos mais importantes do Canadá, e nos últimos anos experimentou uma rápida expansão nos países latino-americanos.

Ultimamente, grupos de defesa dos direitos humanos criticaram tanto as atividades de companhias mineradoras em países como o Peru e Colômbia como a "proteção" que as autoridades canadenses oferecem às empresas.

Por exemplo, em maio deste ano, um relatório da organização canadense Mining Watch assinalou que a embaixada canadense no México proporcionou apoio "virtualmente incondicional" à empresa Blackfire, acusada de corrupção.

O relatório assinalou que documentos oficiais obtidos por Mining Watch revelam que o Canadá "seguiu defendendo a empresa" apesar das denúncias de corrupção e inclusive depois do assassinato de Mariano Abrange, um ativista contrário às atividades de Blackfire em Chiapas que foi assassinado em novembro de 2009.

Mining Watch e outras organizações como Rights Action ou Amazon Watch há anos vêm denunciando as atividades das empresas canadenses no exterior, e dizem que as embaixadas canadenses na América Latina atuam como representantes de seus interesses comerciais.

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