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Lula ao lado de Dilma não ajudará a presidente, diz Campos

De acordo com ele, o apoio de Lula a Dilma "foi fundamental" para a eleição em 2010, mas agora não vai exercer influência sobre o eleitorado


	Presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: para Eduardo Campos parceria não terá efeito em 2014
 (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

Presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: para Eduardo Campos parceria não terá efeito em 2014 (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2014 às 20h54.

Salvador - O pré-candidato à Presidência da República pelo PSB, o ex-governador pernambucano Eduardo Campos, disse não acreditar que a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em eventos partidários ao lado da presidente e pré-candidata à reeleição Dilma Rousseff seja suficiente para melhorar a imagem dela.

De acordo com ele, o apoio de Lula a Dilma "foi fundamental" para a eleição da presidente, em 2010, mas agora não vai exercer influência sobre o eleitorado.

"Na eleição de 2010, foi importante a mensagem de que a candidata Dilma tinha o apoio do presidente Lula, essa mensagem foi fundamental para a vitória dela, mas agora o que vai estar em julgamento é o governo dela", avalia.

"Por mais que Lula tenha seguidores e prestígio, ele sabe que o que está em debate é a realização do governo dela e o que acontece é que Dilma não entregou o que ela se comprometeu a entregar. Ela foi candidata prometendo melhorar o Brasil e o fato é que o País, com ela, parou de melhorar e começou a piorar. Só se reelege um governo que tenha entregado os compromissos, ele precisa ter realizado, se não tudo, pelo menos uma parte de seus compromissos."

Para Campos, além de não ter feito uma boa administração, Dilma "perdeu uma oportunidade" de corrigir os rumos do governo depois das manifestações populares de junho do ano passado.

"O Brasil deu uma oportunidade para a presidente Dilma na eleição e depois mandou um recado, em junho, quando foi às ruas", disse. "Mais uma vez, ela jogou a oportunidade fora. Ela podia, ali, ter diminuído o número de ministérios, chamado gente séria e competente para conduzir o Brasil, e ela fez tudo ao contrário. Ela se entregou à velha política."

Sobre as manifestações, o presidenciável do PSB diz que a própria Copa do Mundo acabou contaminada pela insatisfação popular.

"A gente esperava que o legado ficasse para o povo brasileiro em investimentos estruturadores, de mobilidade, da melhoria da qualidade de vida nas cidades, e a população percebe que as mudanças que reclamava em diversas áreas do serviço público não chegaram", afirmou.

"A Copa do Mundo está pagando o preço de não ter havido as mudanças que a sociedade esperava que ocorressem em outros aspectos. A economia parou de crescer no ritmo que vinha, as pessoas passaram a pagar juros mais altos, os serviços de saúde e educação foram perdendo qualidade, a segurança piorou. Esse ambiente fez com que a sociedade brasileira ligasse esse Brasil que começou a piorar com o evento da Copa do Mundo."

Oportunidade

Campos passou o dia na Bahia, participando de atividades e encontros em Paulo Afonso, no extremo norte do Estado, e em Feira de Santana, segunda maior cidade baiana, a 110 quilômetros de Salvador.

Em sua quarta visita ao Estado no ano, o ex-governador pernambucano disse que "cerca de 70%" dos eleitores ainda não o conhecem e que isso representa uma "oportunidade" para sua candidatura.

"Cerca de 70% da população brasileira ainda não me conhece, mas vai ter tempo para me conhecer e isso é uma oportunidade, porque na medida em que a população vai me conhecendo, a gente vai crescendo", afirmou.

"Na pesquisa do Datafolha, quando se recorta apenas os eleitores que conhecem todos os candidatos, estou em primeiro lugar, por exemplo."

Para ele, a população ainda não está interessada na eleição, mas o quadro tende a mudar após a Copa do Mundo. "A eleição está perto no calendário, mas ainda está longe na cabeça da população", acredita.

"Com o tempo, com os debates, na medida em que a mídia vai acompanhando a agenda dos candidatos, na medida em que a eleição entra na pauta da população, quando isso acontecer, no final de agosto, começo de setembro, vocês vão ver como vai ficar o quadro."

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