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Gestão da inflação é feita da mão para boca, diz Campos

Governador de Pernambuco disse que os problemas econômicos recentes ameaçam as conquistas obtidas pelo país nos últimos anos

Presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos: "se insistirmos no jeito que as coisas estão seguindo, podemos colocar isso em risco", disse (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 21h23.

Washington - O governador de Pernambuco, Eduardo Campos , disse nesta quarta-feira, 15, que a administração da inflação no Brasil é feita "da mão para boca" e que os problemas econômicos recentes ameaçam as conquistas obtidas pelo país nos últimos anos. "Se insistirmos no jeito que as coisas estão seguindo, podemos colocar isso em risco", disse, em referencia à "democracia, estabilidade econômica e um ciclo de inclusão social".

Provável candidato do PSB-Rede à presidência, Campos defendeu o tripé econômico formado por câmbio flutuante, meta de inflação e estabilidade fiscal, que foi abalado desde o início do governo Dilma Rousseff. O pernambucano disse que vê com "preocupação" a situação econômica atual, marcada por inflação em alta, baixo crescimento e desequilíbrio nas contas externas. "Poderíamos estar com uma inflação muito melhor", afirmou, mesmo ressaltando que o índice de preços atual é metade do registrado em 2003, quando Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao poder.

"O que me preocupa é a forma como estão administrando a inflação, da mão para boca, segurando os preços administrados para ter inflação na casa de 1,0%, 1,5% e vendo os alimentos na casa dos 10%, os custos pessoais na casa dos 9% e o aluguel passando dos 15% em alguns lugares", declarou em Washington, onde recebeu prêmio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para boas práticas de governo.

Em entrevista concedida na sala da representação brasileira na entidade, Campos ressaltou que o efeito da alta de preços é mais perverso para a parcela da população com menor renda. "É claro que a inflação para o assalariado brasileiro e os mais pobres brasileiros está acima da oficial, porque a cesta de compras da classe C, D e E é bem diferente desse indicador oficial."

Segundo o governador, as eleições não podem ser um pretexto para o adiamento de decisões econômicas que enfrentem os desequilíbrios atuais. "Não podemos perder mais tempo no Brasil retardando as medidas que têm de ser tomadas para sinalizar o compromisso com a estabilidade fiscal e a estabilidade monetária." Campos defendeu que esses compromissos sejam apresentados como "consensos" pelas forças políticas que disputam o poder.

"Eu vi o presidente Lula disputar o governo e acumular a democracia e a estabilidade como um ganho em uma sequência, na qual a gente cuida do que está errado e não desmancha aquilo que foi conquistado", disse, lembrando antes que Fernando Henrique Cardoso havia herdado a democratização do país.

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Provável candidato do PSB-Rede à presidência, Campos defendeu o tripé econômico formado por câmbio flutuante, meta de inflação e estabilidade fiscal, que foi abalado desde o início do governo Dilma Rousseff. O pernambucano disse que vê com "preocupação" a situação econômica atual, marcada por inflação em alta, baixo crescimento e desequilíbrio nas contas externas. "Poderíamos estar com uma inflação muito melhor", afirmou, mesmo ressaltando que o índice de preços atual é metade do registrado em 2003, quando Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao poder.

"O que me preocupa é a forma como estão administrando a inflação, da mão para boca, segurando os preços administrados para ter inflação na casa de 1,0%, 1,5% e vendo os alimentos na casa dos 10%, os custos pessoais na casa dos 9% e o aluguel passando dos 15% em alguns lugares", declarou em Washington, onde recebeu prêmio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para boas práticas de governo.

Em entrevista concedida na sala da representação brasileira na entidade, Campos ressaltou que o efeito da alta de preços é mais perverso para a parcela da população com menor renda. "É claro que a inflação para o assalariado brasileiro e os mais pobres brasileiros está acima da oficial, porque a cesta de compras da classe C, D e E é bem diferente desse indicador oficial."

Segundo o governador, as eleições não podem ser um pretexto para o adiamento de decisões econômicas que enfrentem os desequilíbrios atuais. "Não podemos perder mais tempo no Brasil retardando as medidas que têm de ser tomadas para sinalizar o compromisso com a estabilidade fiscal e a estabilidade monetária." Campos defendeu que esses compromissos sejam apresentados como "consensos" pelas forças políticas que disputam o poder.

"Eu vi o presidente Lula disputar o governo e acumular a democracia e a estabilidade como um ganho em uma sequência, na qual a gente cuida do que está errado e não desmancha aquilo que foi conquistado", disse, lembrando antes que Fernando Henrique Cardoso havia herdado a democratização do país.

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