Campanha defende políticas para enfrentar analfabetismo
Apesar da redução, ainda há no país cerca de 12,9 milhões de analfabetos
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2012 às 17h49.
Brasília – O coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, defendeu a adoção de políticas robustas para superar o analfabetismo no Brasil. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais caiu de 9,7% para 8,6%. Apesar da redução, ainda há no país cerca de 12,9 milhões de analfabetos.
O problema ainda é pior no Nordeste. Apesar de registrar queda na taxa de analfabetismo (de 18,8% para 16,9%), a região ainda apresenta o maior índice do país. “Os desafios educacionais da Região Nordeste devem ser superados pela colaboração do governo federal em parceiras intensas com estados e municípios. Superar o analfabetismo é questão urgente e complexa, por isso exige políticas robustas e capazes de fazer sentido para os cidadãos que não conseguiram se alfabetizar”, analisa Daniel Cara.
A pesquisa também aponta o aumento do nível de instrução entre pessoas com 25 anos ou mais. A proporção de brasileiros com ensino fundamental completo subiu de 8,8% para 10%. No caso do ensino médio, passou de 23% para 24,5% e do ensino superior, de 10,6% para 11,5%. Para o coordenador-geral, apesar do aumento, esses números ainda demonstram o atraso educacional do país. “O dramático desse dado é que boa parte da população brasileira acima de 25 anos é composta por cidadãos que não tiveram respeitado seu direito à educação, pois 31,5% não completaram nem o ensino fundamental”, explicou.
Para mudar o quadro atual e acelerar o ritmo do crescimento da educação no país, Cara afirma que é necessário um esforço conjunto entre governo federal, estados e municípios. “Só com o esforço conjunto poderemos mudar em um ritmo acelerado e urgente esse quadro. Para que seja plenamente alcançado esse objetivo, é necessário investir 10% do PIB [Produto Interno Bruto] na educação pública, como consta no PNE [Plano Nacional de Educação]. Dessa forma vai garantir o padrão mínimo de qualidade para as matrículas novas e para as atuais”, apontou Daniel Cara.