Caminhoneiro ganha bem e tem bom nível de escolaridade, mostra pesquisa
Maioria tem renda três vezes superior à média nacional e completou ensino médio; profissionais rodam mais de 11 horas por dia, segundo levantamento da CNT
Carla Aranha
Publicado em 10 de setembro de 2021 às 15h29.
Última atualização em 10 de setembro de 2021 às 15h31.
O caminhoneiro brasileiro está longe de ser pobre – a renda líquida da categoria é de 4.600 reais, bem acima dos 1.400 reais da média nacional --, é majoritariamente do sexo masculino (99,5%) e está há quase vinte anos nas estradas, segundo uma pesquisa da Confederação Nacional de Transportes (CNT).
O levantamento, realizado em 2019, também aponta que a maioria (30%) completou o ensino médio, enquanto 20% não conseguira concluir o ensino fundamental e apenas 1% não têm instrução.
A rotina de trabalho é puxada. Grande parte dos profissionais passa 11,5 horas por dia nas estradas e costuma tirar folga só uma vez por semana. Muitos se veem as voltas com dívidas: 47% adquiriram o caminhão por meio de financiamento.
A falta de segurança é um dos desafios apontados pela categoria – 64,6% apontam os roubos de carga como um dos principais entraves da profissão. O alto custo do combustível é outra preocupação para 36% dos entrevistados, seguido pelo valor do frete (27,4%).
As despesas consomem boa parte dos ganhos dos caminhoneiros. O faturamento da categoria é de 16.000 reais, em média – mais de 10.000 reais são direcionados a gastos com combustível, pedágio e outros custos. Esse é um dos motivos pelos quais 50,4% apontam que a equação entre o faturamento e a renda líquida é uma das principais ameaças ao futuro da profissão, seguida pela precariedade da infraestrutura de transportes (20,9%) e a ausência de qualificação adequada (15,6%).