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Câmara não vai agir até STF decidir sobre inquérito, diz aliado

Na quarta, o STF analisará um pedido da defesa de Temer para que o inquérito contra ele seja suspenso até que seja feita perícia no áudio de Joesley

Michel Temer: Efraim reconhece que o momento é "delicado" e as denúncias são "fortes" (Igo Estrela/GETTY IMAGES/Getty Images)

Michel Temer: Efraim reconhece que o momento é "delicado" e as denúncias são "fortes" (Igo Estrela/GETTY IMAGES/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 22 de maio de 2017 às 13h31.

Última atualização em 22 de maio de 2017 às 13h32.

Brasília - A Câmara dos Deputados não irá tomar nenhuma decisão precipitada e aguarda a posição do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre inquérito que corre contra o presidente Michel Temer, afirmou nesta segunda-feira o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB).

Na quarta-feira, o STF analisará um pedido da defesa de Temer para que o inquérito que corre contra ele seja suspenso até que seja feita perícia em áudio de conversa gravada entre ele e o empresário Joesley Batista, cuja divulgação gerou uma grave crise política.

"A Câmara dos Deputados tem consciência do papel de responsabilidade com o país e portanto não vai se precipitar em nenhuma decisão até que tenha todos os elementos de informação que ainda estão por vir, principalmente o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF)", disse o deputado a jornalistas.

Para Efraim, o posicionamento pode ser um "elemento a mais" tanto para a sociedade quanto para os partidos aliados.

Questionado sobre qual seria o fator determinante para o DEM permanecer ou deixar o governo, Efraim citou "as informações, as narrativas, se essas narrativas possuem furos ou não, se se comprovam as infrações". Dois partidos já deixaram a base do governo --PPS e PSB--, mas ministros filiados às siglas seguem em seus postos.

Na gravação, Temer teria dado aval à compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, ao mesmo tempo em que o presidente ouve do empresário relatos de ilegalidades que o empresário teria cometido sem manifestar contrariedade, o que foi encarado por críticos e até mesmo por aliados como prevaricação.

Efraim reconhece que o momento é "delicado" e as denúncias são "fortes". Defendeu, no entanto, que a Casa resgate o clima de normalidade, e que a agenda da Lava Jato não contamine os trabalhos no Legislativo.

"É hora de o Congresso Nacional ter consciência que existem duas agendas, que são extremamente importantes para o Brasil. Uma é a agenda da Lava Jato, a agenda de investigações, que pertence ao STF. E tem a agenda econômica, a agenda de fazer o Brasil retomar o rumo do desenvolvimento, de voltar a crescer e recuperar os empregos perdidos e essa é uma agenda que pertence ao Congresso Naciona, então cada Poder cumpre a sua parte", disse o líder a jornalistas.

"É nesse ritmo que a gente pretende seguir nesta semana."

Efraim aproveitou para fazer coro às críticas do presidente ao empresário Joesley Batista, reclamando da "benevolência" concedida aos delatores da JBS.

No sábado, durante pronunciamento em que anunciou que faria petição para supender o inquérito, Temer desqualificou Joesley a quem chamou de criminoso e falastrão. O presidente tem reiterado que não irá renunciar ao cargo apesar da crise.

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