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Câmara encaminha processo contra Flordelis a Conselho de Ética

Deputada foi acusada pelo Ministério Público de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, morto a tiros em junho de 2019

(Michel Jesus/Agência Câmara)
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Alessandra Azevedo

Publicado em 28 de outubro de 2020 às 10h49.

Em reunião na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta quarta-feira, 28, a Mesa Diretora da Casa decidiu, por unanimidade, enviar o processo contra a deputada Flordelis (PSD-RJ) ao Conselho de Ética. A parlamentar é acusadadeser mandante do assassinato do então marido, o pastor Anderson do Carno, assassinado a tiros em junho de2019, em Niterói (RJ).A política vai seguir dando o tom na bolsa? Vai. E você pode aproveitar as oportunidades. Assine gratuitamente a EXAME Research.

Os deputados se reuniram para analisar o parecer apresentado no início do mês pelo corregedor da Casa, deputado Paulo Bengston (PTB-PA), que recomendou que o caso fosse avaliado pelo Conselho de Ética.No documento, ele afirma que os fatos descritos no requerimentodeabertura do processo, apresentado pelo deputado Léo Motta (PSL-MG), "constituem indícios suficientesdeirregularidades oudeinfrações às normasdedecoro e ética parlamentar".

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Flordelisentregou defesa por escrito à Corregedoria da Câmara, em 16desetembro, e prestou depoimento a Bengston. Na ocasião, "ela não trouxe as provas daquilo que falou", disse o deputado. “Ela não conseguiu trazer para a Corregedoria provas deque não quebrou o decoro parlamentar. Por isso, estamos encaminhando a continuidade do processo”, explicou.

Agora, para que o caso seja avaliado pelo Conselho de Ética, é preciso que o plenário decida pela reinstalação das comissões. Os trabalhos de colegiados estão parados desde o início da pandemia do novo coronavírus, em março. O corregedor da Câmara afirmou que os deputados devem votar na semana que vem o projeto que reinstala as comissões permanentes. Depois que receber o processo, o Conselho terá 90 dias para avaliar o caso.

No início dos trabalhos, será escolhido um relator, em lista tríplice,formada por sorteio. No parecer, ele pode pedir o arquivamento do processo ou até a cassação do mandato de Flordelis. O relatório será votado primeiro pelo Conselho e, depois, pelo plenário, em votação aberta. Para que seja aprovada, a decisão precisademaioria absolutadevotos, ou seja, 257. A deputada ainda poderá recorrer à ComissãodeConstituição e Justiça (CCJ) contra a decisão do colegiado.

Flordelisfoi acusada pelo Ministério Público do RiodeJaneirodeter arquitetado a morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, assassinado a tiros em junhode2019, em Niterói (RJ). A deputada se diz inocente.Quando o caso veio à tona, em agosto, o PSD suspendeu a filiaçãoda deputada, que tambémfoi afastada da bancada evangélica na Câmara, da qual era vice-presidente. Em mensagem para abancada feminina, ela “jurou” que vai conseguir provar a inocência e pediu “pelo amordeDeus” para não ter o mandato cassado.

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