Hugo Motta, presidente da Câmara: no caso de Eduardo Bolsonaro, a cassação deverá ser deliberada por meio de ato da Mesa Diretora (Marina Ramos/Câmara dos Deputados/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 9 de dezembro de 2025 às 16h24.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta terça-feira, 9, que a Casa deve analisar na próxima semana os pedidos de cassação dos mandatos de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Segundo Motta, nesta semana também devem avançar os pedidos de cassação de Carla Zambelli (PL-SP) e de Glauber Braga (PSOL-RJ). Nesses dois casos, os processos passarão primeiro pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, em seguida, poderão ser levados ao plenário.
No caso de Eduardo Bolsonaro, a cassação deverá ser deliberada por meio de ato da Mesa Diretora, formada por Motta e outros dez deputados. O parlamentar está nos Estados Unidos desde março, atuando por sanções a autoridades brasileiras, e completou no fim de novembro o número máximo de faltas permitido.
"O deputado Eduardo Bolsonaro tem o número de faltas suficientes para a cassação de seu mandato", afirmou Motta.
Eduardo está fora do país desde fevereiro. Ele deixou o Brasil alegando perseguição do Supremo Tribunal Federal (STF) e passou a atuar nos Estados Unidos por sanções a integrantes do governo brasileiro e da Corte, além de pressionar pela anistia de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Já o caso de Alexandre Ramagem será levado diretamente ao plenário, apesar de o STF ter determinado a perda do mandato por ato da Mesa Diretora. Ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ramagem foi condenado pela Corte no processo da trama golpista, com pena que inclui a perda do mandato. Ele terá prazo de cinco sessões para apresentar defesa.
"São dois parlamentares que receberam condenação do STF [Zambelli e Ramagem]. E para proteger as prerrogativas parlamentares, estamos trazendo essas condenações para que o plenário da Câmara possa dar o seu veredito final acerca desses mandatos", afirmou Motta.
*Com informações do Globo