Solo ressecado é visto na represa de Jaguary, em Bragança Paulista (Nacho Doce/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2014 às 20h53.
Sorocaba - Mais de mil manifestantes saíram às ruas de Itu, região de Sorocaba, em protesto contra a falta de água na cidade que enfrenta racionamento drástico há quase oito meses.
Um grupo de 50 pessoas invadiu a Câmara Municipal para cobrar os vereadores. A tropa de choque da Polícia Militar tentou entrar no prédio para retirar os manifestantes e houve confronto.
A PM usou bombas de efeito moral e disparou balas de borracha na tentativa de dispersar a multidão. O portão da Câmara foi quebrado e o prédio sofreu vandalismo. Não havia informações sobre feridos até o início da noite.
Os principais reservatórios que abastecem a cidade estão quase secos e na semana passada o racionamento foi ampliado - em muitos bairros a água só chega uma vez por semana.
A manifestação foi convocada pelas redes sociais. Com faixas e cartazes, os manifestantes caminharam pelo centro e se dirigiram ao prédio da Câmara.
Guardas municipais não conseguiram impedir a invasão do plenário. Os manifestantes gritavam palavras de ordem e alguns usavam narizes de palhaço. Os manifestantes atiraram ovos e pedras contra o prédio do Legislativo.
Um dos ovos atingiu o presidente da Câmara, Marco Aurélio Bastos (PSD), da base de apoio ao prefeito Antonio Tuíze, do mesmo partido. Os munícipes forçaram e quebraram o portão para ocupar o prédio.
Uma comissão de vereadores se reuniu com os manifestantes e concordou com a exigência de enviar ao prefeito pedido de decretação de estado de calamidade pública.
A prefeitura informou em nota que o sistema de abastecimento em Itu é feito através de concessão e que, por isso, o decreto de calamidade não traria benefícios ao município.
Ainda de acordo com a prefeitura, já foram decretadas de utilidade pública as reservas de água de particulares.