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Câmara aprova projeto de lei que altera as regras das emendas parlamentares

Projeto foi aprovado com alterações no texto, em relação ao que passou nesta segunda pelo Senado

Câmara dos Deputados: votação define mudanças nas emendas parlamentares (MyKe Sena/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias/Flickr)

Câmara dos Deputados: votação define mudanças nas emendas parlamentares (MyKe Sena/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias/Flickr)

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Publicado em 19 de novembro de 2024 às 21h14.

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A Câmara aprovou, nesta terça-feira, 19, o projeto de lei que altera as regras das emendas parlamentares. O texto foi modificado em relação ao que passou pelo Senado na segunda-feira, 18. Uma das principais alterações é a destinação de 50% das emendas de comissão para a área da saúde. O projeto segue agora para sanção presidencial.

O texto-base foi criado para resolver um impasse com o Supremo Tribunal Federal (STF), que bloqueou a execução das emendas. No entanto, há dúvidas sobre se a nova versão atende às exigências da Corte. Integrantes do STF avaliam que o projeto ainda falha em promover a transparência exigida e descumpre parte do acordo firmado entre os Poderes. No governo, também há resistência, já que o texto reduz o controle do Executivo sobre o Orçamento.

Novas regras e possíveis acordos

Parlamentares afirmam que o projeto pode abrir caminho para um novo acordo entre Legislativo e Executivo, mediante um Projeto de Lei Complementar (PLP) que trate exclusivamente do bloqueio das emendas. No Senado, foi aprovado um destaque que proíbe o bloqueio por parte do Executivo. A expectativa é que o futuro PLP estabeleça um limite de 15% de bloqueio das emendas. O texto atual contempla apenas a possibilidade de contingenciamento, que é mais restrito do que o bloqueio orçamentário.

Na prática, o bloqueio permite cortes quando as despesas aumentam, enquanto o contingenciamento ocorre apenas em casos de queda de receita. Isso daria ao governo menos flexibilidade para ajustar as contas em períodos de aperto.

Além disso, a Câmara decidiu que as emendas de bancada terão limite de oito por estado, em contraste com o texto do Senado, que aumentava o número para dez. O relator da matéria, deputado Elmar Nascimento (União-BA), justificou a mudança para respeitar acordos firmados com outros Poderes. Em relação às emendas individuais, foi reforçada a prioridade para obras inacabadas.

Impacto no controle e transparência

O projeto também cria regras para emendas conhecidas como emendas Pix, que hoje são enviadas diretamente para estados e municípios sem rastreamento do dinheiro. Agora, o autor da emenda deverá detalhar a aplicação dos recursos, priorizando obras inacabadas. Estados e municípios deverão informar a conta bancária específica para o recebimento dos valores em portais de transparência.

No entanto, a rastreabilidade das emendas coletivas segue como um ponto de preocupação. Segundo a consultoria do Senado, há 11 aspectos do projeto em desacordo com o entendimento entre os Poderes. Atualmente, o Congresso dispõe de R$ 49,2 bilhões em emendas parlamentares, divididas em três modalidades principais: individual, de comissão e de bancada estadual.

Previsões para o futuro

Para 2025, o limite total das emendas será ajustado conforme a Constituição, somado a R$ 11,5 bilhões para emendas de comissão. Em 2026, o montante será corrigido seguindo as regras do arcabouço fiscal, que inclui a inflação e uma variação adicional de até 2,5%.

Ainda assim, integrantes do governo alertam que o texto pode ser contestado no STF. A suspensão das emendas pelo ministro Flávio Dino preocupa parlamentares, especialmente após relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU) revelarem o mau uso de recursos. Entre os casos analisados, as emendas financiaram eventos como micaretas e festas juninas.

Na última semana, a CGU identificou que 27 milhões de reais foram empenhados em gastos sem rastreabilidade. A proposta atual tenta resolver essas falhas, mas enfrenta resistência tanto no STF quanto no Planalto.

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