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Calamidade financeira não trará mais recursos ao RS, diz Sartori

Ontem, a administração gaúcha anunciou um pacote para tentar mais uma vez buscar o reequilíbrio das contas

RS: o Rio Grande do Sul é o segundo Estado a decretar calamidade financeira. O primeiro foi o Rio de Janeiro

RS: o Rio Grande do Sul é o segundo Estado a decretar calamidade financeira. O primeiro foi o Rio de Janeiro

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de novembro de 2016 às 16h04.

Brasília, 22 - O governador do Rio Grande de Sul, Ivo Sartori, afirmou nesta terça-feira, 22, não acreditar que o decreto de calamidade financeira fará com que o Estado receba algum tipo de ajuda extra do governo federal.

"Nós não temos Olimpíada", ironizou referindo-se ao Rio de Janeiro, que nas vésperas do Jogos recebeu R$ 2,9 bilhões da União.

Sartori disse, pouco antes de participar da reunião de governadores com o presidente Michel Temer e com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que a crise é um problema de todos os Estados.

"Lá atrás, quando eu dizia, parecia que era algo só do Rio Grande do Sul. Mas é de todos Estados".

Sartori afirmou que os recursos da repatriação, que está entre pleitos dos governadores, não resolverá o problema gaúcho. Segundo ele, esses recursos não chegam "a 10% da folha de pagamento". "Então, não dá para pagar 13º salário", afirmou.

O governador disse ainda que está fazendo todo o esforço possível para manter salário dos servidores em dia e que o Estado está pagando primeiro quem ganha menos.

Segundo o governador, o Estado está fazendo o dever de casa. "A dívida hoje está em R$ 8 bilhões, se não estaria em R$ 28 bilhões", afirmou.

Déficits financeiros

Sartori disse ainda que o decreto de calamidade financeira foi necessário diante do acúmulo de déficits financeiros, que vem obrigando o Estado a parcelar salários. "Estamos buscando de todas as maneiras colocar (salários) em dia, mas é muito difícil", afirmou.

Segundo Sartori, o governo já vem tentando adotar medidas de contenção de gastos, mas não foram suficientes para manter a estrutura do Estado.

Ontem, a administração gaúcha anunciou um pacote para tentar mais uma vez buscar o reequilíbrio das contas, que inclui medidas como extinção de secretarias e companhias estatais.

O Rio Grande do Sul é o segundo Estado a decretar calamidade financeira. O primeiro foi o Rio de Janeiro, em junho, que em seguida recebeu R$ 2,9 bilhões da União.

Questionado se espera a mesma ajuda, Sartori disse que "está atrás de recursos todos os dias". "Mas nós também compreendemos realidade financeira da União."

O governador gaúcho deve participar nesta tarde de reunião de governadores com o presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, no Palácio do Planalto.

"Vamos colocar questões que são nossas, mas também do socorro que deve ser dado aos Estados. Se a União tem dificuldades, com certeza os Estados, numa situação precária financeiramente, não ajudam no desenvolvimento", disse.

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