Caixa 2 pode ter pena mais leve e ficha limpa, diz jornal
Segundo o Valor Econômico, Rodrigo Janot pode oferecer um acordo mais brando para quem "só" recebeu dinheiro ilegal na campanha
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Luiza Calegari
Publicado em 19 de junho de 2017 às 09h50.
Última atualização em 19 de junho de 2017 às 11h28.
São Paulo - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot , vai oferecer uma proposta de separação dos crimes de recebimento de caixa 2 e corrupção na Operação Lava Jato , segundo o jornal Valor Econômico.
A proposta é de "suspensão condicional do processo", um acordo previsto em lei no qual o MP sugere a antecipação de uma pena alternativa à prisão (como multa ou serviços comunitários) e, em troca, o acusado deixa de responder ao processo. Se cumprir as exigências, ele ainda pode ficar com a ficha limpa.
Ainda segundo o jornal, o benefício só vale para réus primários e nos casos em que a pena aplicada seria de menos de um ano de prisão.
O Valor Econômico calcula que cerca de metade dos 98 nomes da "lista de Fachin" poderiam se qualificar a um acordo deste tipo.
A separação entre recebimento de caixa 2 e crimes de corrupção é uma das principais preocupações dos políticos investigados da Lava Jato.
O argumento é referido como "separação do joio do trigo", já que o recebimento de doação ilegal para campanha política não seria tão grave, na visão dos políticos, quanto pedir dinheiro de empresas para vantagens pessoais.