Brasil

Cai número de famílias em casas inadequadas

Estudo mostra queda de 6,8%; déficit habitacional do país se mantém em 5,8 milhões de famílias

A pesquisa incluiu famílias que moram na rua e que vivem em casas sem condições mínimas de segurança (Ricardo Benichio/Veja)

A pesquisa incluiu famílias que moram na rua e que vivem em casas sem condições mínimas de segurança (Ricardo Benichio/Veja)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2010 às 17h28.

São Paulo – O número de famílias brasileiras que vivem em moradias consideradas inadequadas caiu 6,8% em 2009 ante o ano anterior. De acordo com um estudo do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), o número baixou de 3,78 milhões para 3,53 milhões.

O dado foi calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) com base na última Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad). A Pnad é feita periodicamente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da FGV, estão incluídas as famílias que moram na rua até as que habitam casas sem condições mínimas de segurança (barracos, casas com teto de palha, etc.) Ela afirmou que as famílias compõem a maior parte do déficit habitacional do país. Por isso, a queda é positiva.

“O aumento da renda e as condições de financiamento mais acessíveis fizeram com que essas pessoas entrassem no mercado habitacional”, disse ela, sobre os motivos da redução.

A melhora da condição de moradia dessas famílias, entretanto, não reduziu o déficit habitacional geral do país. O número total de famílias que demandam uma moradia ficou estável de 2008 para 2009, mantendo-se na casa dos 5,8 milhões.

A estabilidade foi causada pelo aumento de 12,7% do número de famílias que habitam uma mesma casa e pretendem se mudar. Em 2008 eram 2 milhões e passaram para 2,27 milhões em 2009.

Para Ana Maria, porém, o aumento pode ser interpretado de forma positiva. Como o déficit habitacional leva em consideração as famílias que demonstraram intenção de se mudar, a alta pode indicar que mais pessoas passaram a considerar que têm condição de adquirir sua casa.

“Como o dado é de 2009, os resultados do programa Minha Casa, Minha Vida ainda não foram completamente captados”, afirmou ela. “Mas é possível que o programa tenha aumentado a confiança das pessoas em conseguir sua casa própria”.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrescimento econômicoDados de BrasilDesenvolvimento econômicoHabitação no Brasil

Mais de Brasil

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos