Cabral: "lei e ordem" vem antes de direitos humanos
A presença de centenas de criminosos com armas de guerra no Complexo do Alemão anunciava um confronto sem precedentes na história do combate ao tráfico no Rio de Janeiro. As rendições e, como se suspeita, as fugas de bandidos evitaram um banho de sangue, e a ocupação do complexo, no domingo, teve oficialmente três mortes. […]
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2010 às 21h14.
A presença de centenas de criminosos com armas de guerra no Complexo do Alemão anunciava um confronto sem precedentes na história do combate ao tráfico no Rio de Janeiro. As rendições e, como se suspeita, as fugas de bandidos evitaram um banho de sangue, e a ocupação do complexo, no domingo, teve oficialmente três mortes.
Na nova lógica da política de segurança do estado, prevaleceu um objetivo maior: a reconquista do território. No mesmo campo de batalha, há três anos e meio, o governador Sérgio Cabral enfrentou uma saraivada de críticas quando a polícia desceu da colina com 19 corpos – alguns com características de execução.
Com os números positivos da operação do domingo – entre eles, mais de 40 toneladas de drogas, meia centena de fuzis e nenhum policial gravemente ferido -, Cabral afirmou na manhã desta segunda-feira que “lei e ordem” não são incompatíveis com direitos humanos, mas devem estar em primeiro lugar quando se pensa em segurança para a população.
“Há que se ter lei e ordem, e há que se ter respeito direitos humanos. Mas o primeiro princípio é lei e ordem”, disse, fazendo referência às ações que, depois da ocupação do Alemão, a polícia começa a desenvolver na Vila Cruzeiro e no Alemão – entre elas, a revista de moradores e a inspeção detalhada de residências, em busca de criminosos escondidos, armas e pistas dos traficantes. “Essa foi uma confusão que se fez durante muito tempo no Rio: pensar que lei e ordem com direitos humanos são incompatíveis”, disse o governador, ao dar posse a 293 novos agentes penitenciários, no estádio do Maracanãzinho.