Vacina do Butantan/Sinovac. (Nicolas Bock/Bloomberg)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 20 de janeiro de 2021 às 14h11.
O Instituto Butantan espera receber em até 10 dias mais insumos para continuar a fabricação de vacinas contra a covid-19. De acordo com o diretor da entidade, Dimas Covas, o problema do atraso é uma liberação burocrática que envolve o Ministério da Saúde da China, a agência sanitária chinesa e a aduana do país asiático.
“A matéria-prima da Sinovac que vem para o Butantan está pronta desde o começo de janeiro. São 5.400 litros de insumo que dão origem a 5 milhões de doses. A nossa expectativa é de chegar até o fim do mês. A segunda remessa, de 5.600 litros de insumos, tem a previsão de chegar até o dia 10 de fevereiro”, disse Dimas Covas em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 20.
O diretor do Butantan ainda explicou que a capacidade de produção é de 1 milhão de doses por dia. Mas este número é referente apenas ao envase do produto. Depois desta etapa, há ainda a finalização. Todo o processo dura em torno de 20 dias. “Mesmo que a gente receba e consiga, em 5 a 6 dias, fazer as milhões de doses, vamos ter mais dias para liberar o produto”, disse.
Na segunda-feira, o Butantan fez um novo pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o uso emergencial de mais 4,8 milhões de doses da vacina contra a covid-19. Essas doses estão em fase final de produção, que deve ser concluído ainda nesta quarta-feira, 20.
No protocolo de uso emergencial, o pedido é feito para lotes específicos e, por isso, há a necessidade de fazer um povo pedido. O protocolo analisado no domingo, 17, contemplava cerca de 6 milhões de doses. O prazo limite para a Anvisa analisar este novo pedido é de dez dias.
De acordo com Dimas Cocas, a Anvisa já respondeu que analisou todos os documentos e pediu alguns esclarecimentos, que foram respondidos. "Esperamos ter este parecer até o final desta semana. Com isso, na próxima semana já estaremos em condições de usar as doses produzidas no Butantan”, disse.
Nesta quarta-feira, 20, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se encontrou com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. O objetivo da reunião foi colocar o Congresso à disposição para tentar agilizar o processo de liberação desta matéria-prima do Butantan, e de insumos da Fiocruz, que também aguardam respostas do governo chinês.
Maia disse que não há “nenhum obstáculo político” nesta atraso e que se trata apenas que questões técnicas, mas sem citar ou especificar quais seriam elas.