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Butantan conclui parte de nova fábrica de vacinas. Produção começa em 2023

Com atraso de um ano, nova fábrica deve produzir imunizantes contra a covid-19, zika, hepatite A, e contra a raiva

Coronavac: vacina é produzida em parceria com a chinesa Sinovac. (Breno Esaki/Agência Saúde DF/Agência Brasil)

Coronavac: vacina é produzida em parceria com a chinesa Sinovac. (Breno Esaki/Agência Saúde DF/Agência Brasil)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 25 de março de 2022 às 15h23.

O Instituto Butantan entregou, nesta sexta-feira, 25, a segunda parte das obras da nova fábrica de vacinas, que terá capacidade para até 100 milhões de doses por ano. Em janeiro, a obra do edifício de 11 mil metros quadrados foi concluída, e agora a parte de infraestrutura, para receber os equipamentos, foi terminada. A previsão inicial era de entrega da fábrica em setembro de 2021. A nova data foi alterada para o fim deste ano.

Segundo o presidente do Butantan, Dimas Covas, as próximas etapas incluem a montagem dos equipamentos, a certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e a fase de testes. A primeira vacina pronta para ser aplicada na população deve sair somente no ano que vem, mas até o fim deste ano os primeiros imunizantes já devem ser fabricados, ainda em fase experimental.

“Entregamos as obras com as utilidades. Os equipamentos que estão na fábrica começam a ser instalados. A primeira vacina fabricada vai acontecer ainda esse ano. A questão é a primeira vacina certificada. Aí precisamos da aprovação pela Anvisa. A parte mais rápida é fazer a fábrica operar”, disse Dimas Covas em coletiva de imprensa na sede do Butantan nesta sexta-feira.

Ao entrar dentro do prédio dedicado à nova fábrica, é possível ver que a estrutura já está pronta, mas faltam todos os equipamentos. Muitos deles estão em caixas e precisam ser instalados por uma equipe tanto do Butantan quanto dos fabricantes de cada um deles.

Governador João Doria e presidente do Butantan, Dimas Covas: fábrica deve ser concluída até o fim de 2022. (Governo de SP/Divulgação)

O investimento total foi de 189 milhões de reais, oriundos de doações de 75 empresas e pessoas físicas, com o intermédio da Comunitas. Entre as doadoras estão o BTG Pactual Digital (que controla a EXAME), Ambev, Magalu, Renner e Rede D'Or. Quando a nova planta foi anunciada, em 2020, havia a previsão de uma doação do governo federal para ampliar a independência do Brasil na produção de vacina contra a covid-19, mas o dinheiro nunca veio.

Multivacinas

O grande diferencial desta nova unidade fabril do Butantan é a capacidade de produzir diferentes tipos de imunizantes. No grupo estão o contra a covid-19, contra a zika, raiva e contra a hepatite A. No caso da vacina contra o coronavírus, a produção é da Coronavac, desenvolvida em parceria com a chinesa Sinovac.

Dimas Covas explica que no contrato com o laboratório chinês há a previsão de transferência de tecnologia e parte já foi concluída. A grande questão é o desenvolvimento do chamado Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Na nova fábrica há essa possibilidade, mas ainda sem previsão de quando isso deve ocorrer.

“Mesmo que uma vacina seja aprovada pela Anvisa, ela precisa ser certificada neste local de produção. A rigor, é como se fosse uma nova vacina. Os equipamentos de infraestrutura, responsáveis por água, ar, pressão, filtração já estão todos instalados. Agora, são os equipamentos específicos para a produção de vacina. Depois de instalado, é que podemos chamar a Anvisa para a certificação”, afirmou.

Dimas Covas também contou que a fabricação de vacina contra a covid-19 na nova planta vai depender de novas demandas por parte do Ministério da Saúde, o que ainda não há. Mas ele disse que há encomendas previstas de outros países.

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