Bumlai confirma intermediação de palestra com Lula em Angola
Bumlai é o pivô do polêmico empréstimo de R$ 12 milhões concedido a ele pelo Banco Schahin. Ele é acusado por corrupção e gestão fraudulenta
Da Redação
Publicado em 28 de dezembro de 2015 às 08h34.
São Paulo - O empresário e pecuarista José Carlos Bumlai confirmou à Polícia Federal ter atendido a um pedido do lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, um dos delatores da Operação Lava Jato .
A solicitação de intermediação era para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desse uma palestra no Centro de Estudos Avançados de Angola a convite do general angolano João Baptista de Matos, empresário do setor da mineração.
O lobista já afirmara à Procuradoria-Geral da República ter pedido a Bumlai, preso desde o dia 24 de novembro, que intermediasse tal convite para o ex-presidente ir ao evento no país africano, em julho de 2011.
O interrogatório de Bumlai, o terceiro, ocorreu no dia 21 de dezembro. A Polícia Federal indagou reiteradamente se Bumlai havia tratado de "questões comerciais ou políticas com Luiz Inácio Lula da Silva".
O pecuarista respondeu que "não", mas acrescentou que "muitas pessoas encaminhavam demandas via e-mail ao Instituto Lula e que, na ausência de respostas, solicitavam ao reinterrogando, na medida do possível, que fizesse contato junto ao Instituto para viabilizar ao menos a apreciação dos pedidos".
Fernando Baiano havia relatado uma viagem com Bumlai para Angola, em 2011. O lobista declarou à Procuradoria que o general João Baptista de Matos, que seria então presidente do Instituto de Estudos Angolanos, pretendia realizar um seminário em comemoração aos 10 anos da entidade. Matos, segundo Fernando Baiano, "desejava que o palestrante principal fosse o ex-presidente Lula".
Segundo o lobista, a viagem ocorreu com a presença de "uma comitiva de empresários brasileiros" da Queiroz Galvão, Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS. Baiano disse que também participou desse seminário, mas viajou a partir de Zurique, na Suíça.
'Suíte'
Fernando Baiano afirmou que o general angolano desejava falar com Lula sobre negócios na área de mineração, onde o militar tem investimentos.
"O general Baptista queria estar pessoalmente com Lula para tratar da Vale do Rio Doce em negócios em Angola; que o general Baptista tinha uma sociedade em uma mina de minério de ferro com a Vale do Rio Doce em Angola e ele queria uma maior atenção da empresa para o tema; que então Bumlai marcou para o presidente Lula receber o general Baptista na suíte dele, o que realmente ocorreu."
Bumlai é o pivô do polêmico empréstimo de R$ 12 milhões concedido a ele pelo Banco Schahin. Ele é acusado por corrupção e gestão fraudulenta.
Fernando Baiano está preso em regime de prisão domiciliar sob monitoramento de tornozeleira eletrônica. O lobista foi condenado em um dos processos que responde na 13.ª Vara Federal de Curitiba, onde correm os processos da Lava Jato.
Procurado, o Instituto Lula ainda não havia respondido à reportagem até a conclusão desta edição.
A entidade vem afirmando que não vai comentar os depoimentos e que o ex-presidente nunca esteve envolvido em negócios com o pecuarista.
São Paulo - O empresário e pecuarista José Carlos Bumlai confirmou à Polícia Federal ter atendido a um pedido do lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, um dos delatores da Operação Lava Jato .
A solicitação de intermediação era para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desse uma palestra no Centro de Estudos Avançados de Angola a convite do general angolano João Baptista de Matos, empresário do setor da mineração.
O lobista já afirmara à Procuradoria-Geral da República ter pedido a Bumlai, preso desde o dia 24 de novembro, que intermediasse tal convite para o ex-presidente ir ao evento no país africano, em julho de 2011.
O interrogatório de Bumlai, o terceiro, ocorreu no dia 21 de dezembro. A Polícia Federal indagou reiteradamente se Bumlai havia tratado de "questões comerciais ou políticas com Luiz Inácio Lula da Silva".
O pecuarista respondeu que "não", mas acrescentou que "muitas pessoas encaminhavam demandas via e-mail ao Instituto Lula e que, na ausência de respostas, solicitavam ao reinterrogando, na medida do possível, que fizesse contato junto ao Instituto para viabilizar ao menos a apreciação dos pedidos".
Fernando Baiano havia relatado uma viagem com Bumlai para Angola, em 2011. O lobista declarou à Procuradoria que o general João Baptista de Matos, que seria então presidente do Instituto de Estudos Angolanos, pretendia realizar um seminário em comemoração aos 10 anos da entidade. Matos, segundo Fernando Baiano, "desejava que o palestrante principal fosse o ex-presidente Lula".
Segundo o lobista, a viagem ocorreu com a presença de "uma comitiva de empresários brasileiros" da Queiroz Galvão, Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS. Baiano disse que também participou desse seminário, mas viajou a partir de Zurique, na Suíça.
'Suíte'
Fernando Baiano afirmou que o general angolano desejava falar com Lula sobre negócios na área de mineração, onde o militar tem investimentos.
"O general Baptista queria estar pessoalmente com Lula para tratar da Vale do Rio Doce em negócios em Angola; que o general Baptista tinha uma sociedade em uma mina de minério de ferro com a Vale do Rio Doce em Angola e ele queria uma maior atenção da empresa para o tema; que então Bumlai marcou para o presidente Lula receber o general Baptista na suíte dele, o que realmente ocorreu."
Bumlai é o pivô do polêmico empréstimo de R$ 12 milhões concedido a ele pelo Banco Schahin. Ele é acusado por corrupção e gestão fraudulenta.
Fernando Baiano está preso em regime de prisão domiciliar sob monitoramento de tornozeleira eletrônica. O lobista foi condenado em um dos processos que responde na 13.ª Vara Federal de Curitiba, onde correm os processos da Lava Jato.
Procurado, o Instituto Lula ainda não havia respondido à reportagem até a conclusão desta edição.
A entidade vem afirmando que não vai comentar os depoimentos e que o ex-presidente nunca esteve envolvido em negócios com o pecuarista.