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Brasileiro vê mais prejuízos que benefícios em Olimpíada

Pesquisa do Ibope mostra que os brasileiros estão preocupados com a organização dos Jogos, e acham que Olimpíada vai trazer prejuízos para o país

Olimpíada: 60% dos entrevistados acreditam que os Jogos vão trazer mais prejuízos que benefícios ao Brasil (Buda Mendes/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2016 às 07h25.

São Paulo - Os brasileiros estão mais preocupados com o sucesso da organização da Olimpíada do Rio do que estavam com a Copa do Mundo de 2014 , mas têm sentimentos mais negativos em relação ao evento deste ano e acham que os Jogos Olímpicos trarão mais prejuízos que benefícios ao Brasil.

Os dados são de uma pesquisa do Ibope divulgada com exclusividade pelo jornal O Estado de S.Paulo e revelam com detalhes o ânimo do País às vésperas do início da competição olímpica.

Em 2014, antes do início da Copa do Mundo, 51% dos brasileiros diziam que o mais importante era que o Brasil saísse campeão do torneio de futebol e apenas 24% colocavam a organização do evento no topo das prioridades.

Já hoje, a pouco mais de uma semana do início da Olimpíada, esses dois lados se inverteram: 59% querem que os Jogos sejam um sucesso, enquanto que só 31% acham que o Brasil estar bem colocado no quadro de medalhas é mais importante que isso.

Toda essa preocupação, no entanto, não significa que a expectativa sobre o legado dos Jogos seja alta. Pelo contrário: enquanto 43% achavam em 2014 que a Copa do Mundo traria mais benefícios e 40% mais prejuízos - um empate técnico dentro da margem de erro da pesquisa -, hoje apenas 32% acreditam que os Jogos Olímpicos trarão mais benefícios para o País, ante 60% que esperam mais prejuízos.

"As pessoas estão preocupadas com a imagem do País no exterior. Na Copa, se a organização não tivesse funcionado e o Brasil tivesse ganho, ninguém estaria nem aí. Mas na Olimpíada não é assim", afirmou Márcia Cavallari, CEO do Ibope Inteligência.

Uma diferença crucial nesse caso, segundo ela, é que a disputa no torneio de futebol é mais acirrada para os brasileiros na Copa do Mundo e a maioria queria que o Brasil fosse campeão.

Já na Olimpíada, o clima é mais de integração, união, confraternização, e a população acha mais importante que a organização do evento seja um sucesso.

Segundo Márcia, o fato da Olimpíada ocorrer majoritariamente no Rio também afeta a opinião dos brasileiros em relação aos Jogos. "A percepção de benefício para o País é bem menor do que na Copa do Mundo, que envolveu várias cidades do Brasil", disse.

Temperatura

O Ibope também usou uma terceira pergunta para medir o ânimo do brasileiro em relação a esses eventos. É o chamado "termômetro": uma escala que vai de "gelado" a "fervendo" é mostrada a cada entrevistado, que deve apontar qual é o seu nível de empolgação com as competições. Quanto mais quente, maior o interesse e animação com o início das disputas.

Nessa escala, os brasileiros que dizem ter sentimentos "frios" em relação à Olimpíada são 48% - o mesmo número, dentro da margem de erro, dos que dizem ter sentimentos "quentes" (47%).

Essas proporções, no entanto, eram bem diferentes quando foi organizada a Copa do Mundo. Uma semana antes do início das partidas do torneio de 2014, 58% dos entrevistados estavam "quentes" e só 39% diziam estar "frios" em relação à competição.

De acordo com Márcia, a tendência é de que o termômetro "esquente" no decorrer da competição, fenômeno que pôde ser observado em 2014.

"Após o início da Copa, o lado quente passou para 74%. É esperado que logo que começarem os Jogos Olímpicos, o termômetro vá esquentar mais", afirmou. A pesquisa ouviu 2.002 pessoas em todas as regiões do País entre os dias 14 e 18 deste mês.

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Os dados são de uma pesquisa do Ibope divulgada com exclusividade pelo jornal O Estado de S.Paulo e revelam com detalhes o ânimo do País às vésperas do início da competição olímpica.

Em 2014, antes do início da Copa do Mundo, 51% dos brasileiros diziam que o mais importante era que o Brasil saísse campeão do torneio de futebol e apenas 24% colocavam a organização do evento no topo das prioridades.

Já hoje, a pouco mais de uma semana do início da Olimpíada, esses dois lados se inverteram: 59% querem que os Jogos sejam um sucesso, enquanto que só 31% acham que o Brasil estar bem colocado no quadro de medalhas é mais importante que isso.

Toda essa preocupação, no entanto, não significa que a expectativa sobre o legado dos Jogos seja alta. Pelo contrário: enquanto 43% achavam em 2014 que a Copa do Mundo traria mais benefícios e 40% mais prejuízos - um empate técnico dentro da margem de erro da pesquisa -, hoje apenas 32% acreditam que os Jogos Olímpicos trarão mais benefícios para o País, ante 60% que esperam mais prejuízos.

"As pessoas estão preocupadas com a imagem do País no exterior. Na Copa, se a organização não tivesse funcionado e o Brasil tivesse ganho, ninguém estaria nem aí. Mas na Olimpíada não é assim", afirmou Márcia Cavallari, CEO do Ibope Inteligência.

Uma diferença crucial nesse caso, segundo ela, é que a disputa no torneio de futebol é mais acirrada para os brasileiros na Copa do Mundo e a maioria queria que o Brasil fosse campeão.

Já na Olimpíada, o clima é mais de integração, união, confraternização, e a população acha mais importante que a organização do evento seja um sucesso.

Segundo Márcia, o fato da Olimpíada ocorrer majoritariamente no Rio também afeta a opinião dos brasileiros em relação aos Jogos. "A percepção de benefício para o País é bem menor do que na Copa do Mundo, que envolveu várias cidades do Brasil", disse.

Temperatura

O Ibope também usou uma terceira pergunta para medir o ânimo do brasileiro em relação a esses eventos. É o chamado "termômetro": uma escala que vai de "gelado" a "fervendo" é mostrada a cada entrevistado, que deve apontar qual é o seu nível de empolgação com as competições. Quanto mais quente, maior o interesse e animação com o início das disputas.

Nessa escala, os brasileiros que dizem ter sentimentos "frios" em relação à Olimpíada são 48% - o mesmo número, dentro da margem de erro, dos que dizem ter sentimentos "quentes" (47%).

Essas proporções, no entanto, eram bem diferentes quando foi organizada a Copa do Mundo. Uma semana antes do início das partidas do torneio de 2014, 58% dos entrevistados estavam "quentes" e só 39% diziam estar "frios" em relação à competição.

De acordo com Márcia, a tendência é de que o termômetro "esquente" no decorrer da competição, fenômeno que pôde ser observado em 2014.

"Após o início da Copa, o lado quente passou para 74%. É esperado que logo que começarem os Jogos Olímpicos, o termômetro vá esquentar mais", afirmou. A pesquisa ouviu 2.002 pessoas em todas as regiões do País entre os dias 14 e 18 deste mês.

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