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Brasileiras em serviços de limpeza são maioria em Portugal

Com a recessão pela qual passa, Portugal deve fornecer mão de obra para outros países europeus

Empregada doméstica (Mario Rodrigues/Veja São Paulo)

Empregada doméstica (Mario Rodrigues/Veja São Paulo)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2012 às 06h07.

Lisboa - Uma análise dos dados do Censo 2011 revela que as brasileiras, com 34 anos, solteiras, com ensino médio e trabalhando como empregada doméstica ou para empresas prestadoras de serviço de limpeza formam o perfil prevalente entre os imigrantes residentes em Portugal até 21 de março daquele ano. A informação é do Instituto Nacional de Estatística (INE), equivalente ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Divulgados na véspera do Dia Internacional dos Migrantes, lembrado hoje (18), os dados mostram que, em março de 2011, residiam 394.496 estrangeiros em Portugal, 3,7% do total da população. Desde a década de 1990, após o ingresso do país na União Europeia, a população estrangeira tem crescido proporcionalmente. Representava 1,1%, em 1991, e passou a 2,2%, em 2001.

Nas três décadas, as proporções de imigrantes em Portugal são superiores à verificada, por exemplo, no último censo no Brasil. Segundo o IBGE, em 2010, apenas 0,23% da população no Brasil era estrangeira (abaixo do 0,3% verificado em 2000). Nos dois países, esses números poderão ser alterados conforme a atual dinâmica de crescimento econômico.

Nos últimos anos, Portugal vive uma recessão, voltou a fornecer mão de obra para outros países europeus (Alemanha e Inglaterra, especialmente) e poderá mandar ainda mais força de trabalho para países de língua portuguesa, como Moçambique, Angola e o Brasil, caso esses países emergentes mantenham movimento expansionista da atividade econômica.

No caso do Brasil, o governo português já sinalizou ao Ministério das Relações Exteriores o interesse em negociar o reconhecimento de títulos de arquitetos e engenheiros formados em Portugal. A falta desses profissionais tem sido apontada no Brasil como um dos gargalos para o crescimento.

Os países de língua portuguesa são os principais emissores de migrantes para Portugal. Há 202.404 estrangeiros, mais de 51% do total são do Brasil, de Cabo Verde, Angola, da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe. Entre os imigrantes lusófonos, os brasileiros (109.787) correspondem a mais de 54%. No universo total de estrangeiros em Portugal, os brasileiros formam a maior colônia, com 27,8%.

Os imigrantes estrangeiros se diferenciam dos portugueses especialmente pelo perfil etário mais jovem. A idade média dos imigrantes em Portugal é 34,2 anos, enquanto os portugueses têm 42,1 anos, em média. O dado é um indicador de que os estrangeiros que estão em Portugal vivem no país para trabalhar: mais de 82% estão em idade produtiva (15 a 64 anos, conforme o INE). Esse percentual é 65,5% entre os portugueses.

Há possibilidade de que a faixa etária em Portugal se altere a médio prazo. Com a vinda de imigrantes estrangeiros jovens e a saída de portugueses em idade produtiva para outros países, Portugal quer atrair aposentados estrangeiros que tenham renda garantida.

No mês passado, a Assembleia da República regulamentou lei que isenta estrangeiros aposentados de pagar Imposto de Renda como pessoa física. O clima do país, em comparação a outros lugares da Europa, é mais quente e melhor para os idosos – o que já atrai ingleses que têm idade média de 51 anos e procuram se instalar em Algarve, que fica ao sul e tem temperaturas mais elevadas do que em outras partes do país.

A Região Metropolitana de Lisboa concentra 51,6% dos estrangeiros residentes em Portugal. Entre as cidades, Sintra (a cerca de 30 quilômetros do centro de Lisboa), é a com maior número de imigrantes (39.994), superando a capital (com 39.492).

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