Brasil vai se reunir com Peru e Bolívia para tratar de segurança
Autoridades vão discutir sobre ações nas fronteiras para combater crimes como o tráfico de drogas, de armas e de pessoas
Agência Brasil
Publicado em 4 de agosto de 2017 às 14h37.
O governo brasileiro se reunirá com representantes da Bolívia e do Peru nas próximas semanas para estabelecer acordos bilaterais de inteligência e defesa para combater organizações criminosas que atuam nas fronteiras com esses dois países. As informações foram apresentadas na manhã de hoje (4) pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, a deputados federais da bancada do Rio de Janeiro, entre eles, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
O encontro com as autoridades peruanas deve ocorrer no dia 11, em Tabatinga (AM), e nos dias 16 e 17 será a vez da reunião com representantes do governo boliviano, em La Paz. Ao longo do ano, reuniões do mesmo tipo foram realizadas com países do Cone Sul e com a Colômbia.
"Temos uma ação conjunta desenvolvida com o Ministério das Relações Exteriores com esses países, criando acordos operacionais em termos de inteligência, defesa e forças policiais para o combate a esses crimes transnacionais", disse o ministro.
Jungmann e representantes das Forças Armadas apresentaram aos parlamentares ações que vêm sendo realizadas nas fronteiras para combater crimes como o tráfico de drogas, de armas e de pessoas. O ministro explicou que as ações estão relacionadas ao combate à criminalidade em centros como o Rio de Janeiro, que é o destino de armas e drogas que atravessam ilegalmente a fronteira.
"O nosso objetivo é reduzir a capacidade operacional e golpear o crime. Para isso, tem que desmantelar os arsenais, chegar ao comando [das quadrilhas] e sufocar, retirar a capacidade financeira, o dinheiro. É isso que muda", reforçou o ministro em entrevista coletiva a jornalistas após a apresentação.
Os militares apresentaram o projeto-piloto do Sistema Integrado de Monitoramento das Fronteiras (Sisfron), que está em desenvolvimento para aumentar a capacidade de vigilância e tomada de decisões na região da fronteira. O projeto está sendo desenvolvido pelo Exército como piloto na fronteira com o Paraguai, mas o objetivo é expandi-lo em 2019.
Também foram apresentados resultados da Operação Ágata, que une as três forças e outros órgãos no monitoramento da faixa de fronteira de todo o território nacional. Em 2017, 11 mil agentes participaram da operação, que apreendeu cerca de R$ 27 milhões em produtos ilícitos.
A Operação Ostium, por sua vez, estabeleceu rotas de entrada e saída de tráfego aéreo nas fronteiras do país desde março, reduzindo em 75% o número de voos desconhecidos. Nesse período, 153 interceptações foram realizadas.