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Brasil vai repatriar 400 veículos que estão na Bolívia

Governo brasileiro está contratando caminhões-cegonha e preparando a logística para trazer os veículos e entregá-los aos seus proprietários dentro de um ou dois meses

Estima-se que pelo menos 2 mil carros podem ter sido levados irregularmente do Brasil (Miguel Riopa/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2012 às 13h00.

Brasília - Um ano de cerco mais intenso na fronteira do Brasil com os países vizinhos, por meio da Operação Sentinela, da Polícia Federal, começou a alterar o cenário da guerra do País contra o tráfico de drogas, roubo de carros e o crime organizado numa região conhecida como terra de ninguém. Um ato simbólico da operação será o repatriamento de mais de 400 veículos, de todas as marcas, roubados no Brasil e levados para a Bolívia .

O governo brasileiro está contratando caminhões-cegonha e preparando a logística para trazer os veículos e entregá-los aos seus proprietários dentro de um ou dois meses. O comboio entrará no Brasil por Corumbá, em Mato Grosso do Sul, e de lá seguirá para São Paulo e demais cidades de onde foram roubados.

Os carros estavam prestes a ser legalizados na Bolívia. Decreto baixado pelo governo Evo Morales há um ano concedeu anistia e permitiu a regularização de mais de 120 mil veículos que circulam sem documentos no país.

Estima-se que pelo menos 2 mil carros podem ter sido levados irregularmente do Brasil. "A pronta atuação da PF, com auxílio do Ministério das Relações Exteriores e a colaboração das autoridades bolivianas, reverteu a situação", disse Oslaim Santana, titular da Diretoria de Combate ao Crime Organizado (Dicor) da PF.

Outros números reforçam a Sentinela. De junho de 2011 a junho deste ano, as apreensões de cocaína subiram de 4 para 24 toneladas - seis vezes mais -, enquanto as de maconha alcançaram 146 toneladas, 90% acima das quase 80 toneladas apreendidas ao longo de todo o ano de 2010. Além disso, as prisões em flagrante saltaram de pouco mais de 2 mil para 7.500 - quase quatro vezes mais do que no ano anterior.

Santana diz que a colaboração da polícia boliviana também levou à prisão de dois megatraficantes condenados pela Justiça brasileira, que haviam fugido para aquele país, de onde comandavam seus negócios. Eles serão extraditados tão logo sejam concluídos os trâmites judiciais.


O volume de dinheiro apreendido praticamente triplicou, assim como o de armas, veículos e embarcações. As apreensões de cigarros saltaram de 1,7 milhão para 4,7 milhões de pacotes. Os dados fazem parte do balanço que a PF está fechando sobre a Sentinela, que integra o Plano Estratégico de Fronteira, lançado pela presidente Dilma Rousseff em 8 de junho de 2011.

Fácil acesso

Pela fronteira seca de 16,8 mil quilômetros entre o Brasil e dez países vizinhos, entram mais de 80% da maconha e cocaína consumidas no País. Quase toda a maconha vem do Paraguai e a cocaína procede da Bolívia, do Peru e da Colômbia. O plano de fronteiras, que inclui as Forças Armadas e 26 órgãos de vários ministérios, prevê um conjunto de ações de prevenção e repressão a todo tipo de criminalidade.

A tendência, segundo Santana, é que as apreensões de drogas e desmantelamento de quadrilhas aumentem neste ano, com o reforço do efetivo e a entrada em operação de equipamentos e várias medidas estruturantes previstas no plano.

O governo está realizando concursos para contratação de 3.600 novos policiais federais e rodoviários nos próximos anos - e 1.200 já foram contratados. Quase todos serão lotados na fronteira, que terá seu efetivo dobrado. Com recursos do plano, estão sendo construídas novas bases e reformadas as antigas.

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Brasília - Um ano de cerco mais intenso na fronteira do Brasil com os países vizinhos, por meio da Operação Sentinela, da Polícia Federal, começou a alterar o cenário da guerra do País contra o tráfico de drogas, roubo de carros e o crime organizado numa região conhecida como terra de ninguém. Um ato simbólico da operação será o repatriamento de mais de 400 veículos, de todas as marcas, roubados no Brasil e levados para a Bolívia .

O governo brasileiro está contratando caminhões-cegonha e preparando a logística para trazer os veículos e entregá-los aos seus proprietários dentro de um ou dois meses. O comboio entrará no Brasil por Corumbá, em Mato Grosso do Sul, e de lá seguirá para São Paulo e demais cidades de onde foram roubados.

Os carros estavam prestes a ser legalizados na Bolívia. Decreto baixado pelo governo Evo Morales há um ano concedeu anistia e permitiu a regularização de mais de 120 mil veículos que circulam sem documentos no país.

Estima-se que pelo menos 2 mil carros podem ter sido levados irregularmente do Brasil. "A pronta atuação da PF, com auxílio do Ministério das Relações Exteriores e a colaboração das autoridades bolivianas, reverteu a situação", disse Oslaim Santana, titular da Diretoria de Combate ao Crime Organizado (Dicor) da PF.

Outros números reforçam a Sentinela. De junho de 2011 a junho deste ano, as apreensões de cocaína subiram de 4 para 24 toneladas - seis vezes mais -, enquanto as de maconha alcançaram 146 toneladas, 90% acima das quase 80 toneladas apreendidas ao longo de todo o ano de 2010. Além disso, as prisões em flagrante saltaram de pouco mais de 2 mil para 7.500 - quase quatro vezes mais do que no ano anterior.

Santana diz que a colaboração da polícia boliviana também levou à prisão de dois megatraficantes condenados pela Justiça brasileira, que haviam fugido para aquele país, de onde comandavam seus negócios. Eles serão extraditados tão logo sejam concluídos os trâmites judiciais.


O volume de dinheiro apreendido praticamente triplicou, assim como o de armas, veículos e embarcações. As apreensões de cigarros saltaram de 1,7 milhão para 4,7 milhões de pacotes. Os dados fazem parte do balanço que a PF está fechando sobre a Sentinela, que integra o Plano Estratégico de Fronteira, lançado pela presidente Dilma Rousseff em 8 de junho de 2011.

Fácil acesso

Pela fronteira seca de 16,8 mil quilômetros entre o Brasil e dez países vizinhos, entram mais de 80% da maconha e cocaína consumidas no País. Quase toda a maconha vem do Paraguai e a cocaína procede da Bolívia, do Peru e da Colômbia. O plano de fronteiras, que inclui as Forças Armadas e 26 órgãos de vários ministérios, prevê um conjunto de ações de prevenção e repressão a todo tipo de criminalidade.

A tendência, segundo Santana, é que as apreensões de drogas e desmantelamento de quadrilhas aumentem neste ano, com o reforço do efetivo e a entrada em operação de equipamentos e várias medidas estruturantes previstas no plano.

O governo está realizando concursos para contratação de 3.600 novos policiais federais e rodoviários nos próximos anos - e 1.200 já foram contratados. Quase todos serão lotados na fronteira, que terá seu efetivo dobrado. Com recursos do plano, estão sendo construídas novas bases e reformadas as antigas.

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