Em 2024, Brasil registrou mais meninos do que meninas (Sally Anscombe/Getty Images)
Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 10h00.
Última atualização em 10 de dezembro de 2025 às 10h22.
Em queda desde 2019, a taxa de natalidade no Brasil atingiu o maior percentual negativo dos últimos seis anos. O levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que em 2024 o número de nascimentos caiu 5,8%.
A redução observada representa 146,3 mil registros a menos do que no ano anterior.
Os dados da organização mostram que foram realizados 2.442.726 registros de nascimentos no último ano, sendo que 2,7% desse total representa crianças nascidas antes de 2024 ou que tiveram a data ignorada.
O índice de queda nacional também foi observado no contexto regional. Os dados de nascimento de 2004, 2014 e 2024 coletados pelo IBGE mostram que cada levantamento apontou redução em comparação ao anterior.
Tabela mostra que todas as regiões registraram queda de natalidade nos últimos vinte anos
Segundo o levantamento, março (215.476) e maio (214.456) foram os meses com maior número de registros de nascimento e novembro (180.238) apresentou o menor.
Os números mostram que, assim como nos anos anteriores, o primeiro semestre do ano tem maior volume de nascimentos em comparação ao segundo.
Conforme os registros analisados, 51,1% dos bebês de 2024 eram meninos, superando em 2,3% o número de meninas.
Os dados consideram ainda que em 0,1% dos casos a informação sobre o gênero da criança foi ignorada no registro.
Em 2024, 98,9% dos nascimentos ocorreram em hospitais ou outros estabelecimentos de saúde. Consta no Artigo 50, da Lei 6.015/73, que o registro das crianças deve ser realizado no prazo de 15 dias ou em até três meses para lugares distantes.
A lei entende que o prazo é ampliado apenas quando a localização do nascimento estiver há mais de 30 quilômetros da sede do cartório.
Ainda assim, em algumas regiões o prazo não é respeitado. Em 11 municípios, mais de 20% dos registros foram realizados após os 90 dias de nascimento da criança.
Destes, sete estão localizados na Região Norte, três no Piauí e um em Minas Gerais. Veja quais apresentam maior taxa de atraso no registro.
Os pais podem registrar os filhos na cidade de nascimento ou no cartório da cidade em que residem. Em 87,4% dos casos, as crianças foram registradas onde a mãe reside.
Além do IBGE, o Painel de Monitoramento de Nascidos Vivos, do Ministério da Saúde, indicou queda de 6% no número de nascidos vivos entre 2023 e 2024.
O Portal da Transparência do Registro Civil mostra uma diminuição ainda menor de registros no período, com retração de 6,5%.
O Instituto também comparou o número de nascimentos de 2024 com a média anual registrada entre 2015 e 2019, os últimos quatro anos antes da pandemia da Covid-19, que começou em 2020.
Nesse cenário, a queda foi de 17,1%. Para o IBGE, os dados de 2024 apontam uma redução "expressiva" na taxa de natalidade.