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Brasil reduz emissão de carbono por desmatamento na Amazônia e no Cerrado

A redução das emissões de carbono pelo combate ao desmatamento na Amazônia e no Cerrado está incluída na Política Nacional de Mudança do Clima

Cerrado: desmatamento da área, que cobre 25 por cento do território brasileiro, voltou a crescer em 2017 após acentuada queda em 2016 (Lena Trindade/Brazil Photos/LightRocket/Getty Images)

Cerrado: desmatamento da área, que cobre 25 por cento do território brasileiro, voltou a crescer em 2017 após acentuada queda em 2016 (Lena Trindade/Brazil Photos/LightRocket/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 9 de agosto de 2018 às 16h02.

Brasília - O Brasil reduziu o ritmo de emissões de carbono resultantes de desmatamento na Amazônia e no Cerrado entre 2016 e 2017, e atingiu o patamar de redução de CO2 prometido pelo país para 2020 como parte de convenção internacional sobre mudanças do clima, afirmou nesta quinta-feira o Ministério do Meio Ambiente.

Anunciado durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas realizada em 2009 em Copenhague, o compromisso voluntário do Brasil é de diminuir as emissões de CO2 até 2020 em 564 milhões de toneladas em função da redução do desmatamento na Amazônia e em 104 milhões de toneladas no caso do Cerrado.

Segundo o ministério, dados colhidos pelo governo apontam que a redução das emissões na Amazônia em 2017 chegaram a 610 milhões de toneladas de dióxido de carbono, enquanto no Cerrado essa diminuição alcançou 170 milhões de toneladas de CO2.

A redução das emissões de carbono pelo combate ao desmatamento na Amazônia e no Cerrado está incluída na Política Nacional de Mudança do Clima ao lado de outros objetivos, como a restauração de pastagens e uma melhoria da eficiência energética.

No entanto, a meta estipulada em Copenhague é diferente do compromisso assumido posteriormente pelo Brasil como parte do Acordo do Clima de Paris, em 2015, no qual o país se comprometeu a reduzir em 2025 as emissões totais de gases de efeito estufa em 37 por cento abaixo dos níveis de 2005.

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, a redução das emissões de carbono pelo desmatamento na Amazônia e no Cerrado deve-se a medidas como a implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), instituído pelo novo Código Florestal, e ao monitoramento em tempo real dos biomas.

"São conquistas consolidadas que fazem com que tenhamos certeza do prosseguimento desses avanços", disse o ministro em evento em que tomaram posse novos membros do Comitê do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima (FBMC).

Criado em 2000 para discutir ações de combate a efeitos da mudança climática, o grupo recebeu a tarefa do presidente Michel Temer de elaborar em 120 dias uma proposta sobre o que seria necessário para que o Brasil possa zerar suas emissões líquidas a partir de 2060, com base no acordo firmado em Paris para a redução absoluta de emissões de gases de efeito estufa para conter o aquecimento global.

Para o secretário de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Thiago de Araújo Mendes, há uma mensagem "política" nos dados colhidos sobre a redução da emissão dos gases.

"Num cenário em que o planeta e vários atores internacionais querem se retirar de acordos importantes, o Brasil reafirma, como sociedade, que é possível antecipar as metas", afirmou.

Apesar dos números positivos divulgados pelo governo sobre a emissão de carbono, o Ministério do Meio Ambiente informou em junho que o desmatamento do Cerrado, que cobre 25 por cento do território brasileiro, voltou a crescer em 2017 após acentuada queda em 2016.

O desmatamento do Cerrado atualmente supera o da Amazônia, que em 2017 caiu pela primeira vez em três anos, de acordo com dados do governo.

 

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