AMAZÔNIA: trabalhador faz carregamento de carvão em área desmatada ilegalmente, em Rondônia; esse tipo de empreendimento está cada vez na mira do governo, que tenta se tornar referência global em sustentabilidade / Mario Tama / Getty Images
Da Redação
Publicado em 15 de novembro de 2016 às 21h45.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h27.
A delegação do governo federal chegou a Marrakech para a COP 22, conferência do clima que discute a implementação do Acordo de Paris, firmado em 2015. Nesta quarta-feira, o ministério do Meio Ambiente, Sarney Filho, participa de evento junto ao governo da França para apresentar opções de novos instrumentos financeiros que estimulem o setor privado em práticas mais sustentáveis.
Entre as alternativas a serem discutidas estão fundos de garantia para investimentos em infraestrutura sustentável e emissão de ativos de carbono. A mesa, intitulada Positive Carbon Pricing, focada em garantir créditos no mercado de carbono, será transmitida ao vivo pelo YouTube às 11h15. Com a experiência na redução do desmatamento da Amazônia, em queda desde 2004, e com a adoção de práticas cada vez mais saudáveis na agropecuária, o Brasil tem assumido papel de destaque.
“Embora respondamos por apenas 2,48% das emissões globais de carbono, a dimensão dos recursos naturais, o dinamismo da agropecuária e a importância da economia do país no cenário mundial fazem com que nossas ações tenham peso e reflexo nas negociações internacionais”, afirmaram os ministros José Sarney Filho, do Meio Ambiente, e Blairo Maggi, da Agricultura, em coluna publicada na terça-feira no jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com os ministros, a viagem à COP tem dois objetivos: renovar o compromisso com a implementação do Acordo de Paris e demonstrar à comunidade internacional as oportunidades de investimentos no Brasil. Enquanto isso, nos Estados Unidos, o presidente eleito Donald Trump fará o possível para desfazer o quanto antes o Acordo, uma vez que o país se comprometeu em cortar em 28% as emissões até 2025. Em resposta, o secretário-geral da ONU disse nesta terça-feira que a unidade global em relação ao clima é “imparável”, e o presidente francês François Hollande disse que “não se trai uma promessa de esperança”.
Todos já sabiam que faltava diplomacia ao presidente eleito, mas o ponto é que talvez falte visão de negócios ao empresário Trump.