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Brasil inclui luta contra racismo pela 1ª vez na agenda do G20

Ministra Anielle Franco defendeu que o desenvolvimento do país não é possível sem a promoção da igualdade racial

Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial (Ministério da Igualdade Racial/Luna Costa/Divulgação)

Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial (Ministério da Igualdade Racial/Luna Costa/Divulgação)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 23 de julho de 2024 às 16h57.

Última atualização em 23 de julho de 2024 às 17h11.

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O Brasil introduziu nesta terça-feira pela primeira vez na agenda de discussões do G20 a luta contra o racismo, que apresentou como o 18º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas a ser alcançado em 2030, durante uma reunião de ministros do fórum das maiores economias do mundo.

A necessidade de estabelecer metas e políticas para reduzir a desigualdade racial e combater o racismo no G20 foi abordada no último dia da reunião dos ministros de Desenvolvimento do grupo, que começou no dia anterior no Rio de Janeiro.

O Brasil, como presidente temporário do G20 e um dos países com a maior população afrodescendente do mundo, aproveitou a reunião para colocar o tema pela primeira vez em discussão no fórum que reúne as 20 maiores economias do mundo, além de União Europeia e União Africana.

“Nosso país amadureceu o suficiente para entender que não é possível promover o desenvolvimento no mundo sem promover a igualdade racial e enfrentar as distorções causadas pelo racismo”, disse a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

A ministra argumentou que a sociedade só se desenvolverá de fato se a cor da pele deixar de ser um fator determinante para que uma pessoa possa se alimentar adequadamente, ter acesso a uma moradia decente, à educação, à saúde e à segurança ambiental e climática.

Já o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, coordenador do encontro, lembrou que foi o Brasil que, em uma reunião da ONU no ano passado, estabeleceu voluntariamente a igualdade racial como um dos objetivos de desenvolvimento social a serem alcançados em 2030 e a definiu como o 18º ODS.

“Em um momento em que, infelizmente, estamos testemunhando manifestações de racismo e discriminação, inclusive no esporte, o Brasil continua comprometido com a promoção da igualdade racial e étnica, que não é apenas um objetivo nobre, mas também um imperativo para construir um mundo mais justo, inclusivo e sustentável”, declarou Vieira.

O chanceler também afirmou que o Brasil, como atual presidente do G20 e organizador da cúpula do grupo no Rio de Janeiro em novembro, está profundamente comprometido com a implementação de todos os ODS.

“É essencial que alcancemos as ambiciosas metas estabelecidas na agenda 2030. No primeiro semestre deste ano, a presidência brasileira fez um grande esforço para impulsionar a cooperação trilateral no nível do G20 como uma ferramenta para ajudar os países a atingir os objetivos”, declarou o ministro.

Vieira disse que os países não estão apenas atrasados no cumprimento das metas, mas, em vez de avançar, estão retrocedendo em alguns setores.

“O mundo está se tornando cada vez mais desigual. O 1% mais rico do mundo se apoderou de quase dois terços de toda a riqueza gerada desde 2020”, acrescentou o ministro, citando dados da Oxfam e lembrando que a redução da desigualdade é um dos 17 ODS.

O chanceler ressaltou ainda que, em 2020, a desigualdade global cresceu pela primeira vez em décadas, com um aumento de 0,7% no índice Gini global.

“É por isso que a presidência brasileira do Grupo de Trabalho de Desenvolvimento do G20 priorizou a redução da desigualdade. Queremos lutar por um mundo mais justo, com oportunidades iguais para todos, independentemente de idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra”, concluiu.

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