Plenário da Câmara dos Deputados em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)
Talita Abrantes
Publicado em 27 de setembro de 2017 às 13h15.
Última atualização em 27 de setembro de 2017 às 13h56.
São Paulo – Entre 137 povos, o brasileiro é o que menos confia em seus políticos. É o que mostra estudo do Fórum Econômico Mundial, em parceria com Fundação Dom Cabral, divulgado nesta quarta-feira (27).
Em uma escala que vai de 1 a 7, a nota de confiança dos políticos brasileiros não passou de 1,3, segundo o relatório de competitividade global. A título de comparação, Cingapura, que é o primeiro no ranking, marcou 6,4 pontos.
A avaliação é de 200 executivos que atuam no Brasil e foram questionados no ano passado sobre o padrão ético dos políticos do país.
A corrupção é apontada pelo estudo como um dos piores entraves para a competividade do Brasil. Esse item só perde para a (excessiva) carga tributária do país e para a rigidez de nossas leis trabalhistas.
No ranking de países mais corruptos, o Brasil está em quinto — atrás apenas de Venezuela, Paraguai, República Dominicana e Chade.
O relatório revela que os problemas éticos não estão restritos ao setor público — como a Operação Lava Jato já evidenciou. No ranking que mede a ética corporativa, as empresas brasileiras ficaram em 126º de um total de 137 países.
Apesar desses problemas, o Brasil subiu 11 degraus no pilar "instituições" — que mede a qualidade dos setores público e privado.
O Fórum Econômico Mundial vê esse resultado como um efeito direto das "investigações que levam à uma maior transparência e percepção de procedimentos bem sucedidos para reduzir a corrupção dentro dos limites institucionais da Constituição do Brasil", diz o estudo.
No entanto, mesmo com o avanço, o Brasil continua na posição 109 em termos de qualidade de suas instituições. Em outros termos, há apenas 28 países com instituições piores que as brasileiras.
Mesmo assim, pela primeira vez em cinco anos, o Brasil conseguiu subir 1 posição no ranking global de competividade do Fórum Econômico Mundial e hoje figura na 80ª posição, como fruto da percepção de recuperação econômica.
País | Nota | Posição |
---|---|---|
China | 4,5 | 27 |
Índia | 4,2 | 33 |
Russia | 3,4 | 51 |
Brasil | 1,3 | 137 |
País | Nota | Posição |
---|---|---|
Uruguai | 4,4 | 28 |
Chile | 3,0 | 66 |
Argentina | 1,9 | 118 |
Colômbia | 1,7 | 124 |
Peru | 1,7 | 126 |
Equador | 1,6 | 132 |
Venezuela | 1,6 | 133 |
Paraguai | 1,5 | 134 |
Brasil | 1,3 | 137 |
País | Nota | Posição |
---|---|---|
Cingapura | 6,4 | 1 |
Emirados Árabes Unidos | 6,3 | 2 |
Nova Zelânndia | 6,1 | 3 |
Qatar | 5,9 | 4 |
Finlândia | 5,8 | 5 |