Brasil e Paraguai fecham acordo sobre tarifa de Itaipu
Valor vai subir, mas o governo diz que consumidor brasileiro não será afetado
Agência de notícias
Publicado em 7 de maio de 2024 às 14h03.
Última atualização em 7 de maio de 2024 às 14h08.
Pelos termos acordados, a tarifa da energia produzida na usina será reajustada em 15,4%, passando dos atuais US$ 16,71 por KW/mês para US$ 19,28 por quilowatt/mês (KW) até 2026.
O novo valor foi decidido em um acordo, fechado nesta-feira, em Assunção, em reunião entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente paraguaio, Santiago Peña.
Interlocutores do Ministério de Minas e Energia afirmam que não haverá impacto para o consumidor brasileiro, porque irá haver uma injeção de recursos da própria usina para abater a tarifa. Ou seja, o Brasil compra quase toda a energia de Itaipu, mas não usará os US$ 3 de diferença.
Pelo acordo firmado entre os dois países, o Paraguai poderá vender diretamente ao mercado livre por uma tarifa maior, garantindo sua remuneração. Hoje, Paraguai só pode vender para o mercado regulado, ou seja, para distribuidoras. O mercado livre permite a venda de energia diretamente para o grande consumidor.
O Paraguai queria que o preço aumentasse para US$ 22,70. Já o Brasil insistia na manutenção do preço em US$ 16,71/kW em 2024 e 2025, esperando uma queda apenas em 2026, em uma tentativa de chegar a um meio-termo.
O acordo também prevê que o Anexo C do Tratado de Itaipu seja revisto e renegociado em seis meses. Esse dispositivo trata das bases financeiras que foram acertadas 50 anos atrás, quando a hidrelétrica foi criada.