Brasil

Brasil é o mercado que mais cresce para a UE

Vendas da Europa para o país subiram 54% e ameaçam zerar a balança comercial entre os dois

O Brasil tem superávit comercial com a Europa desde 2000 (Divulgação/EXAME)

O Brasil tem superávit comercial com a Europa desde 2000 (Divulgação/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2010 às 12h19.

Em 2010, o Brasil foi a economia que registrou a maior expansão de importação de produtos europeus em todo o mundo. O crescimento das vendas europeias ao Brasil foi de 54% de janeiro a agosto deste ano, o que já coloca dúvidas sobre a capacidade de a economia brasileira manter seu tradicional superávit com a Europa nos próximos anos.

Dados divulgados ontem pela Comissão Europeia indicaram que, de janeiro a agosto de 2010, a balança comercial da UE com o Brasil havia sido zerada e que o superávit que o País mantinha com a Europa há anos desapareceu, algo que não ocorria há 11 anos.

O real forte e a demanda interna brasileira em expansão são os principais motivos, ainda que a UE insista que o governo brasileiro tenha ampliado as barreiras comerciais nos últimos meses. Para a diplomacia brasileira, os números de ontem são a melhor resposta às acusações que o País mantém seu mercado fechado.

Os dados do governo brasileiro são um pouco diferentes e ainda mostram um superávit para o Brasil em relação à Europa. Os dados incluem setembro, o que não foi ainda publicado pelos europeus. No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o Brasil exportou para a União Europeia US$ 30,7 bilhões e importou US$ 28,6 bilhões. O superávit é de US$ 2,1 bilhões. Em 2009, porém, o superávit brasileiro foi de US$ 4,3 bilhões.

A última vez que os dados comerciais apontaram uma vantagem para a Europa foi em 1999, quando o Brasil mantinha um moeda sobrevalorizada. Naquele ano, os europeus tiveram um superávit mínimo, de 324 milhões.

Nos anos seguintes e principalmente diante da desvalorização do real, o Brasil voltou a apresentar superávit. Em 2007, o País havia registrado um saldo positivo de 11,5 bilhões. Em 2009, o volume a favor do Brasil já havia caído para 4 bilhões.

Até agosto deste ano, porém, os europeus insistem que o saldo positivo brasileiro deixou de existir.

“Ainda não podemos prever como será o fim do ano. Mas tudo indica que, se o Brasil tiver um superávit, ele será pequeno”, afirmou Gilberto Gambini, especialista em estatísticas da UE. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaComércioComércio exteriorDados de BrasilEuropaUnião Europeia

Mais de Brasil

Alesp aprova proibição de celulares em escolas públicas e privadas de SP

Geração está aprendendo menos por causa do celular, diz autora do PL que proíbe aparelhos em escolas

Após cinco anos, Brasil recupera certificado de eliminação do sarampo

Bastidor: queda na popularidade pressiona Lula por reforma ministerial e “cavalo de pau do governo”