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Brasil e México devem enfrentar corrupção, diz Dilma

Os países são duas nações democráticas que não podem conviver com a corrupção e a impunidade, defendeu a presidente em sessão solene no México

A presidente Dilma Rousseff no México (OMAR TORRES/AFP)

A presidente Dilma Rousseff no México (OMAR TORRES/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2015 às 20h50.

México - Brasil e México são duas nações democráticas que não podem conviver com a corrupção e a impunidade, defendeu a presidente Dilma Rousseff, em sessão solene no Senado mexicano, nesta quarta-feira, concluindo sua primeira visita de Estado ao país.

Em uma cerimônia especial, Dilma ressaltou que México e Brasil têm importantes desafios, como promover uma sociedade baseada em fortes valores de direitos humanos, democracia e "princípios éticos; uma sociedade que não pode conviver nem com a corrupção, nem com a impunidade".

Diante dos anfitriões, Dilma insistiu na necessidade que Brasil e México - as maiores economias da América Latina - têm de se unir para enfrentar a crise financeira internacional que ainda afeta a economia mundial.

"A corrupção é um flagelo que prejudica seriamente a sociedade, enfraquece as instituições e afeta a economia", afirmou o presidente do Senado mexicano, Miguel Barbosa, convocando ambas as nações a "somarem esforços para erradicar a corrupção".

Após o discurso, Dilma encerrou a visita de estado de dois dias, durante a qual se reuniu com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.

Depois da reunião de terça-feira, Peña Nieto e Dilma Rousseff declararam que é a hora de estreitar as relações econômicas e os acordos dedicados a dobrar seu comércio bilateral na próxima década.

A primeira visita de Dilma ao México desde que assumiu a presidência em 2011 acontece no momento em que os dois governos se veem envolvidos em escândalos de corrupção agravados pela crise econômica.

Aliança do Pacífico e Mercosul

Dilma tem enfrentado protestos diante das graves acusações de corrupção envolvendo o Partido dos Trabalhadores e a Petrobras, em meio a uma economia praticamente estancada, com previsão de recuo do PIB de 1,2% em 2015.

No México, Peña Nieto enfrenta um escândalo ligado à compra por sua mulher de uma mansão de um importante empresário ligado a obras públicas.

O governo também foi abalado pelo desaparecimento e possível execução, em setembro, de 43 estudantes de Ayotzinapa, no estado de Guerrero, sequestrados por policiais municipais e narcotraficantes.

Após seu encontro de terça-feira, Dilma e Peña Nieto afirmaram que chegou o momento de estreitar relações econômicas e firmaram acordos dirigidos a dobrar na próxima década seu comércio bilateral, que no ano passado movimentou cerca de 9 bilhões de dólares.

Entre os pactos firmados pelos dois presidentes, destaca-se a ampliação do Acordo de Complementação Econômica, com o qual pretendem ampliar de 800 para mais de 6 mil o leque de produtos com preferências tarifárias.

Dilma e Peña Nieto também assinaram um acordo de cooperação e facilitação de investimentos, o primeiro que o Brasil firma com um país da região.

México, cujas exportações estão principalmente dirigidas aos Estados Unidos; e Brasil, gigante do Mercosul, concentram 62% do PIB da região, e 55% de sua população.

Durante sua visita ao México, Dilma Rousseff defendeu uma maior integração entre a Aliança do Pacífico e o Mercosul, os dois grandes blocos comerciais da região, ao participar de um encontro com empresários brasileiros e mexicanos que pediram melhores condições para um maior intercâmbio comercial bilateral.

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