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Brasil é líder em casos de dengue no mundo, com 82% do total registrado, diz OMS

Até o momento, são mais de 7,6 milhões de casos e 3,6 mil mortes pela doença em todo o planeta, em 2024

Dengue: doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti  (Joao Paulo Burini/Getty Images)

Dengue: doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (Joao Paulo Burini/Getty Images)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 3 de junho de 2024 às 15h02.

Última atualização em 3 de junho de 2024 às 16h01.

O Brasil é o país com o maior número de casos e mortes por dengue em 2024, representando 82% de todos os casos suspeitos da doença no mundo, aponta um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a situação epidemiológica da arbovirose.

De acordo com os dados atualizados até 27 de maio, foram registrados 7,67 milhões de casos suspeitos até agora neste ano no Brasil, sendo que 3,57 milhões são confirmados. Do total, o país representa 6,3 milhões de casos suspeitos e 3,04 milhões de casos confirmados laboratorialmente. E responde também por 77,3% das 3,68 mil mortes e 82,3% dos 16.242 casos graves de dengue em todo o mundo.

No relatório, a OMS ressalta que a falta de mecanismos adequados para diagnóstico e registro da doença em diversos países provavelmente faz com que o impacto da dengue seja subestimado. Diante desta situação, a entidade defende a necessidade de uma “vigilância robusta da dengue em tempo real” para enfrentar o aumento dos casos.

“Embora um aumento substancial nos casos de dengue tenha sido relatado globalmente nos últimos cinco anos, esse aumento foi particularmente pronunciado na Região das Américas, onde o número de casos já ultrapassou 7 milhões até o final de abril de 2024, superando a alta anual de 4,6 milhões de casos em 2023”, diz a organização no documento.

Em relação ao aumento dos surtos de dengue ao redor do mundo, a OMS considera elevado o risco de escala da doença em nível global. “Esse número é três vezes maior do que o registrado no mesmo período em 2023, destacando a aceleração desse problema de saúde”.

O que mostra o Ministério da Saúde?

No caso do Brasil, o Ministério da Saúde anunciou na última semana que o total de casos prováveis de dengue neste ano é 328,6% superior ao registrado no mesmo período de 2023 – que já havia sido o segundo ano com mais diagnósticos na série histórica.

O número de mortes registrou aumento de 255,1% em comparação com o mesmo período do ano passado e, assim como o número de casos, é o maior já registrado no país.

O avanço levou dez estados e o Distrito Federal a decretarem situação de emergência: Acre, Amapá, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, além de mais de 600 municípios.

No entanto, a pasta também mostra que, desde maio, os estados apresentam uma tendência de queda nos casos de dengue. Por exemplo, o Acre revogou a situação de emergência. Entre as capitais que haviam decretado emergência, o Rio de Janeiro também retirou o status.

O que a OMS recomenda para enfrentar a dengue?

Para a prevenção e controle da dengue, a OMS reforça a necessidade de intervenções de controle de vetores, que devem ser direcionadas a todas as áreas onde há risco de contato entre humanos e vetor, como residências, locais de trabalho, escolas e hospitais.

A organização recomenda aos países a adoção de um esquema de vacinação e uma estratégia integrada para o controle da doença, que envolva o gerenciamento de casos, a educação e o envolvimento das comunidades.

Nesta situação, a OMS indica também o uso da vacina TAK-003, também conhecida como Qdenga, desenvolvida pela farmacêutica Takeda, para crianças de 6 a 16 anos em regiões com alta disseminação da arbovirose. No momento, o imunizante é utilizado na campanha inédita de vacinação no Brasil.

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