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Brasil deve estar pronto para protestos na JMJ, diz ministro

Declaração foi dada pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho

"Teremos de estar preparados para a Jornada ocorrer inclusive em um clima em que esteja ocorrendo manifestações no país", disse o ministro-chefe da Secretaria da Presidência, Gilberto Carvalho (Wilson Dias/ABr)

"Teremos de estar preparados para a Jornada ocorrer inclusive em um clima em que esteja ocorrendo manifestações no país", disse o ministro-chefe da Secretaria da Presidência, Gilberto Carvalho (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2013 às 16h23.

Brasília - O governo brasileiro manifestou nesta sexta-feira necessidade de estar preparado caso ocorram manifestações no país durante a Jornada Mundial da Juventude, em julho, que terá a presença do papa Francisco.

"Teremos de estar preparados para a Jornada ocorrer inclusive em um clima em que esteja ocorrendo manifestações no país", afirmou o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, um dia após cerca de 1 milhão de pessoas tomarem as ruas em todo o país.

Suas declarações foram obtidas pela imprensa em áudio recuperado de gravação de vídeo de uma reunião nesta manhã sobre a Jornada --apenas cinegrafistas e fotógrafos foram autorizados a acompanhar parte do encontro.

Segundo Carvalho, ações de vandalismo preocupam o governo e não devem ser aceitas. As manifestações incluem reivindicações como a melhoria dos serviços públicos e o combate à corrupção, além de reclamações sobre os gastos para a Copa do Mundo de 2014.

Durante os protestos, inicialmente pacíficos, foram registrados conflitos com a polícia e depredação de prédios públicos.

"O que está preocupando nos últimos momentos? É que as manifestações acabam sendo palco para manifestações de um tipo de expressão lamentável e irresponsável de vandalismo, que não podemos aceitar", disse o ministro.

Ele fez questão de reiterar, ao mesmo tempo, que o governo e a presidente Dilma Rousseff "celebram a democracia" e a mobilização popular.

Em Brasília, o prédio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, teve diversas vidraças quebradas e foi invadido por cerca de 80 manifestantes na noite de quinta-feira.

Houve episódios de violência em cidades como Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belém e Campinas.

Os protestos começaram há cerca de duas semanas e prosseguiram mesmo após a demanda inicial da população --a redução da tarifa de transporte público-- ter sido atendida em diversos municípios, inclusive nas duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio.


Pronunciamento?

Dilma cancelou viagens programadas para os próximos dias, uma delas ao Japão. Nesta manhã, a presidente fez uma reunião de emergência para analisar os protestos com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Outros ministros chegaram a participar de parte da reunião, como Aloizio Mercadante (Educação) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

A presidente tem demonstrado preocupação com a escalada dos protestos e com a violência de grupos de manifestantes em algumas capitais.

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), que se reuniu com Dilma na quinta-feira, sugere que a presidente faça um pronunciamento à nação, de forma "humilde" e "firme".

"A presidente cancelou viagens e reuniu o núcleo político central do seu governo para analisar com profundidade, e acho que ela terá uma posição pública", afirmou o senador à Reuters nesta sexta. "Creio que a presidente deve falar à nação ou hoje (sexta-feira) ou amanhã (sábado)", acrescentou.

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