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Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2010 às 19h15.
Apesar dos investimentos em educação e dos esforços para melhorar o ambiente de negócios, a capacidade do Brasil de desenvolver, atrair e reter bons profissionais ficará menor nos próximos cinco anos. A conclusão é da pesquisa Mapping Global Talent, da consultoria americana Heidrick & Struggles, especializada em recrutamento de executivos, realizada em parceria com a Economist Intelligence Unit. O trabalho avaliou as condições de 30 países para cultivar mão-de-obra competente. A pesquisa também projetou como estarão essas condições em 2012. Nesse intervalo de cinco anos, o Brasil cairá da 23ª para a 25ª posição no ranking dos países avaliados, sendo ultrapassado pela África do Sul e Egito.
Talento para cultivar profissionais | ||
2007 | ||
Posição | País | Nota |
1 | Estados Unidos | 52 |
2 | Canadá | 47 |
3 | Holanda | 46 |
4 | Reino Unido | 46 |
5 | Suécia | 45 |
6 | Alemanha | 43 |
7 | Austrália | 43 |
8 | China | 42 |
9 | França | 41 |
10 | Índia | 39 |
23 | Brasil | 30 |
2012 | ||
Posição | País | Nota |
1 | Estados Unidos | 53 |
2 | Reino Unido | 48 |
3 | Canadá | 47 |
4 | Holanda | 46 |
5 | Suécia | 45 |
6 | China | 44 |
7 | Alemanha | 44 |
8 | Austrália | 43 |
9 | França | 43 |
10 | Índia | 41 |
25 | Brasil | 29 |
Fonte: Mapping Global Talents |
De acordo com o estudo, a distância entre o Brasil e as nações desenvolvidas também vai crescer. No ranking de 2007, a nota geral do país é 30 (numa escala de zero a 100). Já a média dos dez primeiros colocados é 44,4. Em 2012, as notas serão 29 e 45,4, respectivamente - ou seja, a diferença subirá de 14,4 para 16,4 pontos.
O Brasil não se distanciará apenas das nações mais ricas. Entre os BRIC (grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China), a pesquisa mostra que o país será o único a perder pontos nos próximos cinco anos. Os demais avançarão ou, pelo menos, manterão suas posições. A China deve subir da oitava para a sexta posição do ranking nesse intervalo, elevando sua nota de 42 para 44 pontos. A Índia permanecerá no décimo lugar, mas sua nota será dois pontos maior - 41. A Rússia também ficará na 18ª posição, mas com a pontuação subindo de 33 para 34.
Onde falta talento
Para compor o ranking geral, a pesquisa comparou sete aspectos, que vão da qualidade do ensino obrigatório até aspectos mais difíceis de mensurar, como a propensão para atrair talentos do exterior.
Os números do Brasil | ||
Quesito | Posição em 2007 | Posição em 2012 |
Classificação geral | 23 | 25 |
Vantagens demográficas | 5 | 5 |
Qualidade da educação obrigatória | 23 | 23 |
Qualidade das universidades e escolas de negócios | 25 | 26 |
Ambiente para nutrir talentos | 18 | 19 |
Mobilidade do mercado de trabalho | 23 | 23 |
Estoque e fluxo de investimentos estrangeiros | 18 | 18 |
Propensão para atrair talentos | 21 | 24 |
Fonte: Mapping Global Talents |
A melhor classificação do Brasil é o 5º lugar no item "vantagens demográficas", que avalia a porcentagem da população em idade de trabalho. Para a pesquisa, esse grupo é composto por pessoas entre os 20 e os 59 anos. A perspectiva para 2012 se manterá favorável ao país, que continuará na mesma posição, mas com nota ligeiramente maior - 14 pontos, ante os 13 de 2007. A China, líder nesse quesito, cravou 100 pontos e a Suécia, última colocada, ficou com zero.
O item mais mal avaliado do Brasil é a qualidade das universidades e das escolas de negócio, em que ficou em 25º no ranking de 2007, com tendência de cair para 26º nos próximos cinco anos. A nota também tende a se deteriorar dos atuais 12 para 10 pontos. O estudo sugere ainda que este é o tópico em que a distância entre os brasileiros e os primeiros colocados mais pode se aprofundar. No ranking de 2007, o Brasil está 26,6 pontos atrás da nota média dos dez primeiros (38,6). Em 2012, a diferença pode crescer para 29,7 pontos, já que a nota média dos líderes tende a subir para 39,7.
O trabalho também indica que o Brasil ficará para trás na sua capacidade de criar um ambiente propício ao surgimento de mão-de-obra bem qualificada. Para compor esse indicador, a pesquisa ponderou 14 dados, como a porcentagem da população com ensino superior e a proteção à propriedade intelectual. Em cinco anos, o país tende a baixar da 18ª para a 19ª posição, e sua nota pode cair de 43 para 41. Os dez primeiros colocados neste item tendem a elevar sua nota média de 54,4 para 55,5 pontos no mesmo período, ampliando a distância para o Brasil de 11,4 para 14,5 pontos.