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Brasil aposta em solução médica para barrar execução

O brasileiro Rodrigo Gularte foi condenado à pena de morte ao tentar entrar no país em 2004 com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe


	Itamaraty: órgão informou que continuará tratativas diplomáticas para conseguir comutação da pena
 (Arquivo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Itamaraty: órgão informou que continuará tratativas diplomáticas para conseguir comutação da pena (Arquivo/Agência Brasil/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 14h54.

São Paulo - O governo brasileiro avalia que o laudo médico apontando esquizofrenia é a solução mais provável para livrar o brasileiro Rodrigo Gularte da execução na Indonésia.

Ele também foi condenado à pena de morte ao tentar entrar no país em 2004 com 6 kg de cocaína escondidos em pranchas de surfe.

Gularte teve o segundo pedido de clemência negado pela Indonésia, que no sábado passado executou por fuzilamento outro brasileiro condenado por tráfico, Marco Archer.

O advogado de Gularte, Utomo Karim, pago pelo governo brasileiro, já informou que essa será a estratégia de defesa no caso - a legislação local não prevê a execução de doentes mentais.

No sábado, uma prima do surfista chegou à Indonésia para visitá-lo na Penitenciária de Kerobokan, em Bali. Ela teria relatado à família que Gularte está completamente fora de si e já "não fala coisa com coisa".

A avaliação é a de que o laudo médico é o argumento mais forte para Gularte escapar da pena de morte, uma vez que as intervenções diplomáticas no caso de Archer se mostraram sem efeito - e o Brasil mantém uma relação comercial fraca com o país, o que dificulta a imposição de sanções comerciais.

O problema é que Gularte rechaça o diagnóstico, concedido por médicos do próprio país.

Nos bastidores, integrantes do governo admitem ser difícil a adoção de novos mecanismos a favor de Gularte, já que a Indonésia ignorou todos os pedidos feitos pelo Brasil, inclusive com o apelo final da presidente Dilma Rousseff ao colega Joko Widodo, num telefonema na última sexta-feira.

Aumentar o tom também poderia complicar a situação do condenado.

O governo diz que por dez anos conseguiu segurar a execução de Archer na Indonésia, e que agora trata-se de uma questão de política interna, já que o novo presidente do país foi eleito com uma plataforma conservadora de combate à corrupção e ao narcotráfico, inclusive com execução de traficantes, na qual obteve amplo apoio da população.

O Itamaraty, porém, informou que continuará a dar prosseguimento às tratativas diplomáticas para conseguir a comutação da pena do brasileiro.

Em visita a uma mesquita nesta terça-feira, 20, Widodo voltou a dizer que não dará clemência a traficantes - há mais de 60 condenados, entre estrangeiros e indonésios, esperando execução no corredor da morte.

"Os chefes de Estado que me contataram também estão sob pressão nos seus países", afirmou o presidente do país.

O procurador-geral da Indonésia, Muhammad Prasetyo, também disse que o país não cederá às pressões externas e que continuará a priorizar a execução dos condenados por tráfico.

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