Sementes da China: a Paraná foi o que relatou o maior número de pacotes até o momento. (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná/Divulgação)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 23 de setembro de 2020 às 15h47.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) investiga o recebimento de sementes misteriosas que teriam vindo da China pelo correio. A pasta diz que, até o momento, quatro casos foram confirmados no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, e Mato Grosso do Sul. O governo do Paraná também confirmou o recebimento de, pelo menos, dez pacotes similares.
As primeiras encomendas apareceram no país há um mês e ainda não é possível afirmar os riscos. Mas há o perigo de que o material tenha algum tipo de praga ou plantas daninhas que causem prejuízos à agricultura e ao meio ambiente.
De acordo com o Ministério da Agricultura, o material foi enviado para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) de Goiânia para as análises técnicas. Ainda não há prazo para a conclusão da investigação.
“A importação de vegetais sem autorização pode facilitar a entrada de pragas ou doenças que não existem ou estão erradicadas no país, além de causar prejuízos econômicos. Para evitar o risco fitossanitário, o Mapa atua no controle do e-commerce internacional com equipe dedicada a fiscalizar e impedir a entrada de material sem importação autorizada no país”, diz uma nota oficial enviada pelo governo federal.
Segundo o gerente de Sanidade Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Renato Blood, a orientação é para que caso receba alguma encomenda que não tenha pedido, não abra. "Se abrir, deixe no pacote original e avise as autoridades sanitárias", diz.
Procurada pela EXAME, a Embaixada da China no Brasil disse que o China Post segue estritamente as disposições da União Postal Universal, que proíbe o transporte de sementes pelos correios.
“O estado de Santa Catarina do Brasil encontrou recentemente algumas embalagens de sementes com etiquetas de endereço sugerindo que elas foram enviadas da China. Após verificação com o China Post, essas etiquetas de endereço se revelaram falsas com layouts e informações errôneos”, diz a embaixada.