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Bolsonaro vai cumprimentar Biden na hora certa, diz Mourão

Mourão disse que Brasil deve aguardar definição sobre possível fraude no pleito, antes de parabenizar o vencedor

Mourão: "É uma questão prudente. Acho que essa semana define as questões que estão pendentes e aí a coisa volta ao normal e a gente se prepara para o novo relacionamento que tem que ser estabelecido" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Mourão: "É uma questão prudente. Acho que essa semana define as questões que estão pendentes e aí a coisa volta ao normal e a gente se prepara para o novo relacionamento que tem que ser estabelecido" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de novembro de 2020 às 10h47.

Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 11h56.

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta segunda-feira que o presidente Jair Bolsonaro irá cumprimentar o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, "na hora certa", e que deve esperar o final de processo de judicialização do resultado que o atual presidente, Donald Trump, promete promover.

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"Eu julgo que o presidente está aguardando terminar esse imbróglio aí de discussão se tem voto falso, se não tem voto falso, para dar o posicionamento dele. Eu acho que... É óbvio que o presidente na hora certa vai transmitir os cumprimentos do Brasil a quem for eleito", disse Mourão ao ser questionado sobre a demora de Bolsonaro em se pronunciar sobre a eleição presidencial norte-americana.

Até este momento mais de 100 chefes de Estado e de governo já cumprimentaram Biden pela eleição. Na lista estão a maioria dos presidentes da América do Sul --inclusive Nicolás Maduro, principal desafeto dos EUA na região-- e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, um dos principais aliados de Trump.

No Brasil, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), publicou mensagem no Twitter no sábado na qual parabenizou Biden pela vitória.

Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e do México, Andrés Manuel López Obrador, e o líder da China, Xi Jinping, três países com relações intensas com os EUA, também não cumprimentaram o presidente eleito norte-americano. Nos três casos, no entanto, os governos reconheceram o processo eleitoral e informaram que aguardarão o final de todos os procedimentos.

No Brasil, no entanto, nenhum sinal foi dado nem pelo Itamaraty e nem pelo Palácio do Planalto. Desde que Biden foi anunciado como eleito, no final da manhã de sábado, Bolsonaro fez uma live e conversou com apoiadores, mas não mencionou a eleição norte-americana.

As informações que vêm do Palácio do Planalto apontam que o presidente pretende esperar um anúncio oficial ou um discurso de Trump admitindo a derrota. O presidente norte-americano não deu sinais de que pretende fazê-lo tão cedo. E não existe nos EUA um órgão central de apuração que consolide votos. O anúncio oficial é feito depois da apuração dos votos do Colégio Eleitoral, o que acontece apenas no início de janeiro.

Mourão foi questionado sobre se essa demora não coloca o Brasil em uma posição difícil frente a uma nova administração dos EUA com quem o presidente já começa com problemas. Desde o início do processo Bolsonaro deixou clara sua torcida por Trump, em um movimento pouco usual nas relações internacionais. O vice-presidente descartou riscos.

"Não julgo que corra risco. Acho que vamos aguardar, né? É uma questão prudente. Acho que essa semana define as questões que estão pendentes e aí a coisa volta ao normal e a gente se prepara para o novo relacionamento que tem que ser estabelecido", disse.

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