Jair Bolsonaro e Luiz Henrique Mandetta: presidente declarou que o vírus tem maior taxa de letalidade em pessoas com a sua idade (Facebook/Reprodução)
Reuters
Publicado em 12 de março de 2020 às 19h47.
Última atualização em 13 de março de 2020 às 09h19.
São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro utilizou pronunciamento em rede nacional para afirmar que as manifestações convocadas para o próximo domingo, dia 15 de março, devem ser repensadas por conta da pandemia do coronavirus. Segundo Bolsonaro, “jamais” se poderia colocar a saúde da população em risco, citando que o número de casos da doença deve aumentar nos próximos dias.
As manifestações têm entre seus motes protestos contra o Congresso e o Judiciário. O presidente já tinha adiantado em sua transmissão semanal via rede social que faz nas noites de quinta-feira que as manifestações deveriam ser adiadas.
Para Bolsonaro, mesmo sem as manifestações, um “recado” já foi passado ao Congresso. O presidente também afirmou que apesar de a população estar dividida sobre participar ou não do movimento, "devemos evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas, porque os hospitais não dariam conta em atender tanta gente, já que o sistema não suporta. Como presidente da república, eu tenho que tomar uma posição. Uma das ideias é adiar. Daqui um ou dois meses pode-se fazer. O recado já foi dado", disse.
Na live transmitida em seu perfil do facebook, o presidente portava máscara juntamente com ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Segundo o ministro, o motivo de o presidente e ele usarem máscaras seria para conscientizar a população sobre as formas de se prevenir do vírus.
No início do vídeo, Bolsonaro afirmou que a covid-19 não possui "uma grande letalidade", mas apresenta risco maior para pessoas acima de 60 anos como ele. Há alguns dias, ele falou que muito do que era noticiado sobre coronavírus "é mais fantasia".
"(Esse vírus) Não tem uma grande letalidade, mas quem tem mais de 60 anos aumenta um pouquinho, na base de 15%. Pessoas acima de 60 anos, que é o meu caso, podem ter mais complicações", declarou nesta quinta.
Após as suspeitas iniciais de que o Secretário Especial de Comunicação, Fabio Wanjgarten, contraiu a covid-19, Bolsonaro passou a ser monitorado por médicos desde o retorno dos Estados Unidos, na madrugada de quarta-feira. Depois da confirmação, hoje, de que Wanjgarten está com a doença, antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo, o presidente fez o exame. O resultado deve sair amanhã.