Bolsonaro segue favorito em 2022, mas Ciro e Huck encostam no 2° turno
Pesquisa EXAME/IDEIA mostra que o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, é quem teria mais chances de rivalizar com o atual presidente nas eleições
Gilson Garrett Jr
Publicado em 4 de dezembro de 2020 às 08h01.
Última atualização em 8 de dezembro de 2020 às 10h56.
Com o fim das eleições municipais, os olhos já se voltam para 2022. E caso o pleito fosse hoje, Jair Bolsonaro (sem partido) seria reeleito presidente em todos os cenários. Em pesquisa estimulada, no primeiro turno, ele venceria com 28% das intenções de voto. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria 16%, Sergio Moro (sem partido) 10%, Ciro Gomes (PDT) 7%, Luciano Huck (sem partido) 4%, e João Doria (PSDB) também com 4%.
Os dados são da mais recente pesquisa exclusiva EXAME/IDEIA , projeto que une Exame Research, braço de análise de investimentos da EXAME, e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre os dias 30 de novembro a 3 de dezembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
No primeiro turno, Bolsonaro vence em todas as regiões: Norte (55%), Centro-Oeste (37%), Sul (30%), e Sudeste (23%). A única em que ele está dentro da margem de erro é o Nordeste, em que ele aparece com 25%, e Lula com 24%.
Em uma simulação de segundo turno, o presidente ganharia de qualquer outro candidato. Em uma possível disputa com Lula, o ex-presidente teria 32%, e Bolsonaro 37%. Contra Moro, o ex-ministro teria 29%, e o presidente 44%.
Quem teria mais chances de rivalizar com Bolsonaro no segundo turno seria Ciro Gomes, que aparece com 36%, e Bolsonaro com 37% das intenções de voto. É primeira vez que a pesquisa coloca o ex-governador do Ceará como presidenciável. Ciro vence Bolsonaro entre os mais jovens (43% a 34%), e na região Nordeste (46% a 30%).
Luciano Huck também é outro candidato que se monstra competitivo em um segundo turno. Em uma disputa com Bolsonaro, o apresentador tem 32%, e o presidente 36%, ou seja, tecnicamente empatados por estarem dentro da margem de erro da pesquisa.
Em comparação à última sondagem feita por EXAME/IDEIA, em outubro, os números gerais oscilaram dentro da margem de erro, é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
“Bolsonaro segue como principal protagonista da disputa presidencial. Vale ressaltar que houve uma perda de intenção de voto nas camadas mais pobres das classes D/E, mas mesmo assim ele vence o ex-presidente Lula em um segundo turno (34% a 31%), dentro da margem de erro, nessa faixa de renda”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA.
Rejeição
Questionados em qual candidato não votariam de jeito nenhum, 43% responderam que não votariam no presidente Jair Bolsonaro, e 44% não votariam em Lula. No quesito rejeição, ainda aparecem João Doria (25%), Luciano Huck (23%), Marina Silva (20%), Ciro Gomes (17%) e Sergio Moro (16%).
“A maior rejeição do atual presidente está nos segmentos de mais baixa renda (52%) e no Sudeste (49%). Lula é rejeitado por entrevistados mais escolarizados (55%) e do Sul (60%). Destaca-se também a rejeição de Lula entre os evangélicos (52%). Ambos seguem sendo os pilares polarizadores do eleitorado brasileiro”, explica Moura.
Avaliação do governo
A desaprovação do governo do presidente Jair Bolsonaro subiu ao mesmo patamar de outubro e está em 38%. É a primeira vez em dois meses que avaliação negativa supera a aprovação, que está em 35%. Aqueles que consideram o governo regular somam 25%.
A queda da aprovação e o aumento da desaprovação coincidem com o fim do auxílio emergencial, programado para dezembro. Com o crescimento do Produto Interno Bruno (PIB) de 7,7% no último trimestre, o governo não trabalha com a possibilidade de uma nova prorrogação do benefício social.