Bolsonaro: meesmo sem estar hospitalizado, o presidente recebeu orientação médica para se manter afastado do cargo (Twitter/Reprodução)
Clara Cerioni
Publicado em 16 de setembro de 2019 às 10h46.
Última atualização em 16 de setembro de 2019 às 11h31.
São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro receberá alta na tarde desta segunda-feira (16), segundo boletim médico divulgado há pouco pelo Hospital Vila Nova Star.
“O presidente continuará sua recuperação em domicílio, devendo seguir as orientações médicas relacionadas a dieta e atividade física, sob supervisão conjunta da equipe médica do Dr. Antônio Macedo e da equipe da Presidência da República”, diz a nota.
Os médicos determinaram, ainda, que ele fique mais dois dias afastado do exercício da Presidência para descansar antes da viagem para a Assembleia Geral da ONU.
O boletim foi assinado pelo cirurgião-chefe Antônio Macedo, pelo clínico Leandro Echenique, pelo diretor-médico do Hospital Vila Nova Star, Antônio Antonietto, e pelo médico da Presidência da República, Ricardo Peixoto Camarinha.
Mesmo sem estar hospitalizado, o presidente recebeu orientação médica para se manter afastado do cargo, o que resultou em uma prorrogação por mais dois dias do período de interinidade do presidente em exercício, o vice-presidente Hamilton Mourão.
Inicialmente Bolsonaro ficaria afastado por cinco dias, mas esse período foi ampliado em mais quatro dias na semana passada, para um maior tempo de descanso, depois que o presidente passou a utilizar uma sonda nasogástrica e teve a alimentação via oral suspensa.
A previsão era de que ele retomasse as atividades na terça-feira, o que agora foi prorrogado por mais dois dias.
Apesar do período de afastamento maior que o previsto, a viagem de Bolsonaro a Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU este mês se mantém, de acordo com o porta-voz. No entanto, a viagem foi reduzida em um dia, e agora o presidente vai decolar em 23 de setembro e retornar no dia 25.
Segundo o porta-voz, a orientação médica foi para "permitir ao senhor presidente um descanso ainda maior para uma recuperação mais rápida, recuperação esta que irá reverter de forma positiva nas ações que ele haverá de desencadear em Nova York, particularmente".
"Naturalmente o presidente entendeu que não deve expor-se neste momento a viagens um tanto quanto cansativas, embora reconheça a importância dessa viagem para a configuração perante o mundo da soberania do Brasil, da importância que nós atribuímos à Amazônia e tantos outros temas", acrescentou.
O porta-voz também adiantou que Bolsonaro terá um encontro no Texas com um grupo de empresários do ramo de atividades militares por ocasião de viagem aos EUA para a Assembleia da ONU, e confirmou que também está mantida a viagem de outubro para países da Ásia e do Oriento Médio.
Bolsonaro, de 64 anos, passou por cirurgia para correção de uma hérnia incisional no abdômen, em um procedimento considerado bem-sucedido pelos médicos, mas que durou mais do que o previsto pelo fato de o intestino ter novamente aderido na parede abdominal.
A cirurgia foi a quarta que Bolsonaro precisou ser submetido na região abdominal em função de uma facada que levou em setembro de 2018, durante evento da campanha eleitoral na cidade mineira de Juiz de Fora.
Na noite de sábado (14), o presidente passou de uma dieta líquida para uma dieta cremosa. Já na noite de domingo (15), os médicos começaram a diminuir a alimentação endovenosa (diretamente na veia).
Na semana passada, Bolsonaro chegou a usar uma sonda nasogástrica para retirada de ar e líquidos do estômago e do intestino, após uma distensão abdominal.
No domingo, o presidente recebeu a visita do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e de sua esposa, Rosângela Moro. "O homem é forte", escreveu Moro no Twitter.
Já no sábado, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi ao Hospital Vila Nova Star, mas a assessoria do Palácio do Planalto não confirmou se ele conseguiu falar com o presidente. No mesmo dia, Bolsonaro recebeu a visita de parentes.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)