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Bolsonaro quebra o silêncio e fala com apoiadores no Alvorada

Presidente fez um discurso de 15 minutos em que reclamou de críticas e deu declarações dúbias sobre pedidos de intervenção militar

Brazilian President Jair Bolsonaro gestures during a graduation ceremony for cadets at the Agulhas Negras Military Academy in Resende, Rio de Janeiro State, Brazil, on November 26, 2022. - Bolsonaro has returned to a public event after more than three weeks without a public appearance following his election defeat by Luiz Inacio Lula da Silva. (Photo by TÉRCIO TEIXEIRA / AFP) (Photo by TERCIO TEIXEIRA/AFP via Getty Images) (TERCIO TEIXEIRA/Getty Images)

Brazilian President Jair Bolsonaro gestures during a graduation ceremony for cadets at the Agulhas Negras Military Academy in Resende, Rio de Janeiro State, Brazil, on November 26, 2022. - Bolsonaro has returned to a public event after more than three weeks without a public appearance following his election defeat by Luiz Inacio Lula da Silva. (Photo by TÉRCIO TEIXEIRA / AFP) (Photo by TERCIO TEIXEIRA/AFP via Getty Images) (TERCIO TEIXEIRA/Getty Images)

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Agência O Globo

Publicado em 9 de dezembro de 2022 às 19h10.

Após 37 dias sem se manifestar publicamente, o presidente Jair Bolsonaro rompeu o silêncio nesta sexta-feira e se dirigiu a apoiadores que se aglomeraram diante do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Por cerca de 15 minutos, fez um discurso em que que reclamou de críticas, disse se responsabilizar pelos seus erros e que o período de reclusão "dói na alma".

— Estou praticamente há quarenta dias calado, não é fácil. Dói, dói na alma. Sempre fui uma pessoa feliz no meio de vocês, mesmo arriscando minha vida no meio do povo, como arrisquei em Juiz de Fora em setembro de 2018 — afirmou.

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Desde a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro adotou uma rotina de reclusão. Diminuiu as publicações nas redes sociais e interrompeu as lives que eram transmitidas às quintas-feiras. A última vez que o atual presidente havia se dirigido aos apoiadores foi em 2 de novembro, quando gravou um vídeo pedindo que manifestantes desocupassem as rodovias.

Os manifestantes, que têm ocupado as frentes dos quarteis, começaram a chegar à residência oficial ainda durante o jogo do Brasil pela Copa do Mundo. O grupo, aliás, chegou a comemorar quando a seleção brasileira foi eliminada da competição pela Croácia nos pênaltis.

Após a derrota da seleção brasileira, Bolsonaro se dirigiu ao gramado em frente do Palácio da Alvorada. Inicialmente, ouviu em silêncios os apoiadores que gritavam “eu autorizo" e cobravam ação das Forças Armadas. Só depois iniciou um discurso, acompanhado do ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, e do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado.

O atual chefe do Executivo, sem ser específico sobre o que dizia, pediu para que as pessoas não fizessem críticas sobre que o que elas não sabem.

— As decisões, quando são exclusivamente nossas, são menos difíceis e menos dolorosas. Mas quando elas passam por outros setores da sociedade são mais difíceis e devem ser trabalhadas. Se algo der errado é porque eu perdi a minha liderança. Eu me responsabilizo pelos meus erros. Mas peço a vocês: não critiquem sem ter certeza absoluta do que está acontecendo— disse.

Ao encerrar sua fala, Bolsonaro chamou os apoiadores de “cidadãos de verdade" os manifestantes que contestam, sem provas, o resultado das eleições.

— Vocês estão se manifestando de acordo com as nossas leis. Vocês são cidadãos de verdade. Está na hora de parar de ser tratado como outra coisa aqui no Brasil — disse.

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