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Bolsonaro, o candidato (ainda) sem partido para 2018

Partidos grandes não têm interesse em sua filiação e os pequenos não conseguem dar estrutura e capilaridade para que ele concorra

BOLSONARO: entre PEN, PSL e PR, o deputado ainda não tem uma casa para concorrer à Presidência  (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

BOLSONARO: entre PEN, PSL e PR, o deputado ainda não tem uma casa para concorrer à Presidência (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 19h37.

O ano está terminando carregado de incertezas para um dos líderes das pesquisas eleitorais visando 2018. No final de novembro, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) assinou simbolicamente sua filiação ao Partido Ecológico Nacional (PEN), que aceitou inclusive mudar seu nome para Patriota para receber o provável candidato.

Mas, depois de reclamações de ambos os lados, a mudança de partido desandou e Bolsonaro iniciou a semana tentando cavar seu espaço em outros dois partidos. Disse que teve conversas avançadas com o Partido Social Liberal (PSL) e que também foi sondado pelo Partido da República (PR).

Não demorou, as redes sociais do PSL desmentiram a informação. Em contradição, o presidente do partido, o também deputado federal Luciano Bivar, disse à coluna Expresso, da revista Época, que “a possibilidade de o deputado vir para o nosso partido e concorrer para presidente nos enche de orgulho”. Uma confusão só.

O PSL é dividido entre os antigos filiados e uma nova leva, liderada pelo filho de Bivar, Sérgio, que se denomina Livres e traz ideias de fato liberais, tanto do ponto de vista econômico como comportamental. Bolsonaro, sabe-se pelos seus discursos, não é um liberal em nenhum dos dois sentidos. Isso fez com que essa parte do partido, definida por Luciano como minoria, mas que já é importante dentro da organização da sigla, se rebelasse e passasse a boicotar a possível vinda do candidato.

Bolsonaro, por sua vez, se colocou em uma situação indesejada, a de se projetar para uma sigla que não o aceita completamente. O outro partido citado, o PR, já namora o deputado há tempos. Nesse caso, o problema seria explicar para os eleitores que o candidato que leva como um dos principais trunfos o discurso de combate à corrupção vai para um partido que estava com seu presidente, Antônio Carlos Rodrigues, preso até ontem por esse motivo, juntamente com Anthony Garotinho, outro filiado da sigla.

Assim, as opções do candidato Bolsonaro diminuem. Partidos grandes não têm interesse em sua filiação e os pequenos não conseguem dar estrutura e capilaridade para que ele concorra a uma eleição à Presidência. Sobram partidos como o PSL e o PR, ou que não têm interesse no deputado entre seus filiados, ou que entram em contradição completa com seu discurso.

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