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Bolsonaro nomeia delegado braço direito de Ramagem para a PF

Edição extra do Diário Oficial traz o nome de Rolando Alexandre de Souza para chefiar a Polícia Federal

Rolando Alexandre: delegado assume cargo em meio à disputa de Bolsonaro para ter uma pessoa de confiança na chefia da Polícia Federal (Divulgação/Divulgação)

Rolando Alexandre: delegado assume cargo em meio à disputa de Bolsonaro para ter uma pessoa de confiança na chefia da Polícia Federal (Divulgação/Divulgação)

CC

Clara Cerioni

Publicado em 4 de maio de 2020 às 09h52.

Última atualização em 4 de maio de 2020 às 10h24.

O presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta segunda-feira, 04, o delegado Rolando Alexandre de Souza para a direção-geral da Polícia Federal. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União.

Até agora, Rolando era secretário de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Investigação (ABIN) e próximo de Alexandre Ramagem, diretor-geral do órgão, de quem é considerado "braço direito".

Inicialmente, a vaga na PF era de Ramagem, mas uma decisão do Supremo Tribunal Federal da semana passada o impediu de assumir o cargo. O ministro Alexandre de Moraes alegou "desvio de finalidade" na escolha, já que o chefe da Abin foi segurança do presidente durante as eleições de 2018 e tem relação com o clã Bolsonaro.

No dia seguinte, Bolsonaro classificou como “afronta” a decisão de Moraes de impedir a posse. "Não vou admitir eu ser um presidente pato manco, refém de decisões monocráticas de quem quer que seja. Não é um recado. É uma constatação ao senhor Alexandre de Moraes", disse.

Segundo pessoas próximas ao presidente, o diretor-geral da Abin participou diretamente das decisões sobre o futuro do comando da PF, uma atribuição do ministro da Justiça, André Luiz Mendonça.

Preocupação com inquéritos

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, há uma preocupação de Bolsonaro com o avanço do inquérito das "Fake News" em curso no STF, que poderia atingir filhos do presidente e até mesmo servidores que atuam no chamado "gabinete do ódio".

A investigação já identificou empresários bolsonaristas que estariam financiando ataques contra ministros da Corte nas redes sociais.

Há ainda outro inquérito aberto por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes para apurar "fatos em tese delituosos" envolvendo a organização de atos antidemocráticos, após Bolsonaro participar de protesto em Brasília convocado nas redes sociais com mensagens contra o STF e o Congresso.

Outra apreensão do presidente é a apuração sobre o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que trata de um esquema de "rachadinha" em seu antigo gabinete, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. 

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