Bolsonaro reafirmou que não irá intervir na alta dos preços (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de outubro de 2020 às 07h11.
Última atualização em 2 de outubro de 2020 às 07h12.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 1º, que "segue a linha do Paulo Guedes" e que o ministro tem a palavra final sobre a política econômica. A sinalização a Guedes ocorre um dia depois do chefe da economia voltar atrás no anúncio do governo sobre o uso de precatórios para bancar um novo programa social ainda em análise.
"A nossa política é livre-mercado. Seguir a linha do Paulo Guedes", disse em transmissão ao vivo nas redes sociais. A declaração sobre a política de mercado brasileira, foi feita após o presidente negar a possibilidade de tabelamento de preços por conta na alta de produtos, como ocorreu com arroz. "Ele é o cara da política econômica, tá certo? E a palavra final é dele e ponto final", reforçou Bolsonaro.
Sobre o aumento do preço do arroz, Bolsonaro afirmou que o valor do grão subiu depois de uma corrida aos supermercados. "Em parte faltou arroz sim, não tanto assim, mas a corrida aos supermercado fez subir o preço", disse.
A alta na demanda externa e interna refletiu no preço do arroz e fez a Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério da Economia, decidir pela redução total, até o final do ano, da alíquota de importação para uma cota de 400 mil toneladas de arroz.
O presidente comentou que consultou a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, sobre o assunto para decidir sobre a importação do produto." Não tomo mais nenhuma decisão sem conversar com o respectivo ministro", disse. Bolsonaro voltou a negar que fará o tabelamento de preços e afirmou que a perspectiva é no final de dezembro e começo de janeiro "ter muito arroz no mercado" e o preço voltar a normalidade.
Obra dos outros
Bolsonaro afirmou que está concluindo "obras dos outros" governos, e que fazer isso é "muito mais barato" uma vez que, segundo ele, o governo federal não teria mais dinheiro para obras novas.
A declaração foi dada quando o presidente explicava a sua viagem a São José do Egito (PE), onde participou da inauguração de uma parte do Sistema Adutor do Pajeú, no sertão pernambucano.
Na live, Bolsonaro apontou também que uma "superbateria" de nióbio para automóveis estaria na iminência de chegar ao mercado. Segundo ele, trata-se de uma bateria que aguenta carregamento rápido e pode ser recarregada "em alguns minutos".
Nesse ponto, o presidente questionou "para onde" iria o petróleo e, após uma breve referência a tempos em que valiam preços baixíssimos de gasolina, disse que, com a chegada da "superbateria", os preços de combustíveis cairiam "assustadoramente".