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Bolsonaro elogia tratamento de Trump a imigrantes latinos

Bolsonaro afirmou que Trump "atendeu" os latinos que estavam nos EUA, apesar do presidente americano ser conhecido por sua dura política imigratória

Imigrantes: Estados Unidos cobram políticas imigratórias mais severas do Brasil (Alkis Konstantinidis/Reuters)

Imigrantes: Estados Unidos cobram políticas imigratórias mais severas do Brasil (Alkis Konstantinidis/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de fevereiro de 2020 às 11h52.

Brasília - O presidente Jair Bolsonaro elogiou o presidente americano Donald Trump por "atender" aos imigrantes latinos. "Por que o Trump é tão criticado pela imprensa dos Estados Unidos? O cara diminuiu desemprego, melhorou economia, atendeu aos latinos que já estão lá", disse o presidente a apoiadores que o aguardavam na saída do Palácio da Alvorada. "Notícia boa, a imprensa não vende? Será que é isso?", questionou Bolsonaro nesta terça-feira.

Desde a eleição, Trump endureceu o discurso contra a entrada de imigrantes nos Estados Unidos. No final de janeiro, o governo dos EUA cobrou uma ação mais "agressiva" por parte do Brasil para conter o fluxo de imigração ilegal para o país, logo após remeter a Minas Gerais um voo com cerca de 70 brasileiros deportados, parte deles transportados algemados. Na última sexta-feira, chegaram a Belo Horizonte outros 130 brasileiros deportados.

As deportações atuais fazem parte de novo entendimento entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, que facilita o procedimento de saída de imigrantes considerados ilegais do país.

Apesar dos elogios, Bolsonaro não quis comentar a retirada do Brasil da lista dos Estados Unidos de países em desenvolvimento, o que garantia privilégios comerciais, publicada nesta segunda-feira. Ao ser questionado pela imprensa sobre o tema, Bolsonaro foi embora. A decisão faz parte de um acordo costurado pelo presidente brasileiro para conseguir apoio dos americanos para o ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A mudança facilita o que se chama de investigação de direito compensatório, que pode punir países que lançam mão de subsídios comerciais considerados injustos. Além do Brasil, estão na lista cerca de outros 20 países como China, Argentina, África do Sul e Índia.

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