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Bolsonaro é criticado em protestos em defesa da Amazônia pelo mundo

Os protestos em defesa da Amazônia ocorreram em vários países europeus nesta sexta-feira (23)

Amazônia: "Salvem a Amazônia" e "Fora, Bolsonaro" foram algumas frases presentes nos protestos (Luisa Gonzalez/Reuters)

Amazônia: "Salvem a Amazônia" e "Fora, Bolsonaro" foram algumas frases presentes nos protestos (Luisa Gonzalez/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 17h15.

Última atualização em 23 de agosto de 2019 às 17h43.

Centenas de pessoas se manifestaram nesta sexta-feira em Londres, Barcelona, Amsterdã, Genebra e Dublin para pedir que salvem a Amazônia do fogo, respondendo a uma convocação mundial em prol dos "pulmões em chamas" do planeta.

As manifestações em defesa da Amazônia programadas para esta sexta-feira foram convocadas pelo "Extinction Rebellion", grupo de desobediência civil criado no final de 2018 para lutar contra a falta de ação diante da mudança climática, e pelo "Fridays for Future", o movimento da jovem sueca Greta Thunberg.

Aos gritos de "Salvem a Amazônia" e "Fora, Bolsonaro", dezenas de pessoas se manifestaram diante da embaixada do Brasil em Londres.

"Parem com a destruição agora" e "Salvem nosso planeta" eram outras faixas exibidas pelos manifestantes, principalmente jovens, muitos acompanhados de seus filhos e de seus pets, em Londres.

"Vimos as imagens horríveis (da floresta em chamas) e queremos fazer algo em solidariedade para com o povo do Brasil. Também temos filhos e gostaríamos que crescessem num mundo que tem seus pulmões", declarou à AFP Luisa Brown, professora de inglês de 36 anos.

"Estou muito preocupada com a mudança climática, mas especialmente pelo impacto do agronegócio", afirmou Lucy Brown, de 41 anos, enquanto seus dois filhos, de 2 e 4 anos, corriam ao seu redor.

"É verdade que preferem hambúrguer a oxigênio?", questiona o cartaz exibido por outro manifestante.

"É o Donald Trump brasileiro, tudo que interessa a ele é o lucro, o dinheiro", protesta Graham Cox, de 57 anos, referindo-se a Bolsonaro.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve quase 2.500 novos incêndios em 48 horas no Brasil. O desmatamento, que avança rapidamente, é a principal causa dos incêndios.

Segundo o Inpe, foram registrados 75.336 incêndios florestais no país de janeiro a 21 de agosto - 83% a mais do que no mesmo período do ano passado - e mais de 52% dos incêndios florestais foram na Amazônia.

Além de Boris Johnson, outros líderes como o francês Emmanuel Macron, a alemã Angela Merkel e o canadense Justin Trudeau pretendem discutir a situação da Amazônia durante a cúpula do G7 que começa neste sábado em Biarritz (França).

Preocupação mundial

A manifestação em Dublin levou dezenas de pessoas a ocupar a entrada do edifício que abriga a embaixada brasileira, enquanto o governo da Irlanda ameaçou votar contra o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul caso o Brasil não proteja a floresta amazônica.

Em Barcelona, várias centenas de pessoas também se reuniram em frente ao consulado brasileiro.

"Esses incêndios são causados com o consentimento do governo brasileiro que não faz nada para detê-los. Se há uma pessoa para culpar, é Jair Bolsonaro", disse à AFP Aitor Urruticoechea, porta-voz da "Sextas-feiras para o futuro" na cidade catalã.

O ramo holandês desse movimento realizou uma breve ação na famosa Praça Dam, em Amsterdã.

Segundo a agência de imprensa holandesa ANP, os manifestantes realizaram um protesto deitados no chão, como se estivessem mortos. Cerca de cem pessoas igualmente protestaram em frente ao consulado brasileiro em Genebra.

Outras manifestações estão previstas em Varsóvia e Lisboa, no sábado, e em Bruxelas na segunda-feira.

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